Revista da Academia Paraense de Letras 1954

122 RÉV1STA DA ACADEMIA P ARAENSE DE LETRÂS der:iis, o 15. 0 , o 36. 0 e o 4.0. Havia o corpo de Bombeiros e os Bombeie r os Voluntá rios; o Regimento Militar rlo Estado, que se compunha dos l.º e 2. 0 e corpos ; do Cor po Auxiliar , e do Esquadrão de Cavalaria . Havia mais, a Escola de Aprendil es Marinheiros, e as guarnições de vasos de guerra no porto um ou dois ; sendo comuns, o TIRADENTES, o CARLOS GOMES, o TAMANDARI!. e o REPúBLICA: todos cruza– dores. Os processos de instrução dc,s s0ldados eram um tanto diferentes dos da atualidade. P or isso havia de contínuo. exercícios militares nas praças maiores da capital . As vezes, unidades completas, com mais de 500 pracas saíam às tardes de seus quar téis, no mister mensal das manobras . O melecório, os capoeiras e de::orde iros tinham o seu dia de gala. Dobr ados melodiosos er am executados pelas bandas de música dos bat a– lhões em marcha, produzindo aquilo grande entusiasmo entre os cafa– gestes. As famílias também se alvoroca1•am, pois que vinham às janelas assistir a passagem das tropas. O espetáculo era pitoresco. Em frente das milícias em andamen to, pulava a massa de brigador es, derru– bando com suas rasteiras habeis. incautos basb asques que est acionavam á befra das calçadas. O Largo de São José, hoje, Praça Amazonas era um dos pon tos preferidos pelo corpo de Bomb eiros. Quatro horas eram dadas em d eterminados dias, e o balalhão saía garboso, r umo daquela praça . O seu Coman dante, o Cor onel Francisco F iliciano Barbosa, um caboclo quase preto, ainda novo, mu;to simpático e poseur, gordo, t inha aplombe militar. A sua voz gutur al de grande repercussão, ecoava num verdadeir o est ilo de comando. Mont ava sem pr e num cavalo preto "Rio da. Prata", o "Arouche". O cor po chegava e havia o sinal da corneta de descansar a rmas. Passavam-se auuns minutos, e depois do toque ouvia-se a voz de comando : "ombro . . . ar mas ! .. . se fazia ouvir como~ vendo a multidão. Depois, eram as evoluções de praxe. Aquil'o feito era o regresso, ao som de marchas as mais entusiasman tes. Produzi~ am-se en tão, os mesmos incidentes da ida : casas de comércio fechavam as portas, todas as janelas se en chiam de gente, moléques das familias desapa reciam, meninos n ão apareciam para o jantar .... Depois da uni– dade passar n uma r ua, parecia que tinh a havido qualquer cousa de anor mal. As bandas de música primavam pela escolha dos dobrados. E assim era, com os demais cori,•os militares. A praça da Repúhlica e as ruas ;:;fluentes eram calcet adas de ma– deira. Onde se acha hoje o Instituto de Educação, era um Mer cadinho de madeira, pintado de ver melho. J un to a êle confinando com a Cruz das Almas (Arcipreste), hav ia uma oficina de carr uagens, num barra– cão com gradil, que tinha servido 'lo Circo Providência, recentemente extinto. Part indo do Larg9 da P ól vora pela Avenid? São J erônimo, na esquina com a Trav . da P iedad e depan~va-se no meio .da r ua, com uma constr ução de ferr o, imitando os "el-=vat~ds" de Nova York . Er a a Mon– tanha R ussa, famoso engenho para .diversões, trazido da Europa pelo engenheiro Francisco Bolonha. Onde está o Gr ande Hotel, erguia-se o barracão de madeira, com gradeamento de ferro na fre~te, onde funcio– nava O "Polyteama" , com carroussel e teatro. Companhias de revistas· e • comédias, um~ _atrás -das, outras, ocupavam-no sempre, ofer ecendo ao p úblico, magn~f1cos ~s~etàculos . _ . A Sao J erornmo, naquele 1empo nao er a averuda, era est rada _ tinha· como arborização, mirrada:; castanholeiras, e era calcada a ma~ t acão. No seu início, na ~squina cçim a índio 40 Brasil_, J:iavia o car rous– se l "Apolo", com b ar , caixa d ~ musica, c:aval hm_hos~ V1v~a sempre cheio. Onde está a Passagem Joaquim Nab uc-o, cm Sao J eronuno, era a esta– ção dos bondinhos da l inha São J erônimo, que dali r egressavam ao Jargo ~~~~- ' . .. Devido a expor tação da bvrr acha, Belem er a uma cidade onde cor r ia muito dinheiro. Adven tícios de t6das as pa rtes do Brasil, e do mun do afl uíam à C:mita l do El Dorado. a ue havia de pouco, se tra ns– forn1-,cio em nova Ca lifórnia . A P i aça da República à noite, d esltim– brav,\ pela anim_ação constante. e r uidosa . As s asas de diversões co~o o Café Chie, o Pohteama, o Mouhn-Rouge, o Cafe d a Paz, o Apolo, o Circo

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