Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

86 • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS VERDADE MENTIROSA De NATIVIDADE LIMA Sonhei. . . Teu peito de ternura estava Por mim vazio e 1or um outro cheio ; Desesperado, aflito eu, que não creio Em sonho, nêste sonho acreditava ! Depois, quando ancioso en te narrava O sonho e o quanto êle pungiu-me veio, Disseste-me e sorrir, que no teu seio Por mim somente o coração pulsava. E tempos se passaram. .. me olvidaste ; E eu, que sonhei o que jamais sonhaste, Diante dessa brutal realidade, Agora vejo, como então não via, Que apenas a verdade é que mentia, Que o sonho mentiroso era a verdade ! (Do livro "Musa Boêmia", publicado em 1920 por Olavo Nunes e J. Eustaquio de Azevedo) ,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0