Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)
• 82 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Mals um ano, e o aniquilamento do adversário .era um fato consumado E quando em fim , com a morte de Francisco Solano Lopez, em ação de guerra, em 1.0 de março de 1870, surgiu a Paz, - o Império Brasileiro· esta va respeitado p ela sua fôrça, e acreditado e considerado entre as nações do mundo, p ela sua generosidade em tratar os vencidos, reorganizando-lhe a vida política e civil, nada exigindo como compensação de guerra, e redimindo para todo o sempre, o moral do povo paraguaio ... •Mas a borrasca que pairava permanente sôbre os horizontes da Amé– rica do Sul, foi dissolvida , mercê da fortaleza de â nimo de D . Pedro Il, e no ingente sacrifício de uma nação inteira ... III CONSIDERAÇÃO SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI o conselho do Brasil ter uma boa marinha de guerra e um exército aguerrido, se infere, pela necessidade de ser m án tida a ordem no Continente. Só com pote ncial de recursos materiais, poderá êle manter o r espeito às suas rronte.irns, de nada valendo ser nação sem ambições, pac!flca, e acatadcra do direito das outras. Incrustado no Continente Sul Amer icano e rodeado de povos de origem espanhola, n ão fôra a extensão dos seu s meios de defesa, e número de sua população, e talvez uma liga armada tivesse operado contra a sua integridade, na época crepitante do caudilismo no Prata. Não se diga, porém que as suas necessidades se resumem num nume– roso, caro e improdutivo, mantendo a atmosfera de uma paz armada. Não. Do que temos m ais urgê ncia, é de abundâ ncia de alimentação, de bons meios de transportes, de acurados estudos topográficos e corográficos nas fronteiras ; de Indústrias comerciais bem instaladas e fàcilmente t ransformá– veis em Indústrias. de armamentos; de gabinetes de pesquizas físico-químicas, para o aperfeiçoamento dos Inventos de guerra ; de estoques permanentes d e matérias primas que tenham correlação com as necessidades militares ; da pre– servação d e t ôdas as fontes de petróleo para a absoluta posse do govêrno, tor– nado êste produto, bem como os metais, material esta téglco. E s obretudo, da centupllcação do número de aviadores. Um ataque por parte de visinhos, porventura Irrequietos e ambiciosos, ao nosso pais, não é Impossível de acontecer. Basta que revoluções pr olongadas e dissenções internas nos enfraque– çam e abram feridas n a nossa unidade politica , p ara que nações invejosas, governadas por estadistas insensatos, mostrem p ruridos mais ousados de imperialismo. A tollce e a irrefleção humana são infinitas, para que , demasiado, con– fiemos na razão e no bom senso dos homens. Quer se saber um dos pod"-osos m otivos por que se originou a guerra do P acifico, entre o Chile de um lado, e o Perú e a Bollvia do ou tro, no ano de 1879? Pelo seguinte que se apregoava em La Paz, dias antes da declaração de guerra: "Nn país, como el Chlll, que gasta mas en el Mlnisterio de Instrucion Pública, que en de la guerra, será todo lo c1ue se qulera, pero no es un pueblo que pueda h accr-se respetar por el extranjero". Pelo que se lê, unicamente a cre nça na fraqueza milita r do Chile deu â nimo aos se us contendores, para a vançar até o romp imento das hostilidades. A guerra fez-se, e a vitória do Chile foi comple ta. Isto vem a talhe de fouce, a propósito dos horizontes sombrios e tormentosos que ameaçavam g J;jras!I na época em que se ãesenrolo1.1 a Guerrn qo :raraGUai,
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