Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

r REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 79 Outros e ram justos : "Não tivesse o Brasil reagido com brio, e os seus próprios aliados, como lol>os, se :iproveitariam dos despojos do Império" ... O remédio e r.a ir nté o fim. Ou a perse r verança até a vitória ; ou então, a morte. Essa tremênda angús tia ln,;inava a ahna do povo brasileiro. Embalde se apelava para a ciência dos militares ; para o heroísmo dos soldados ; mas a campanha não acabava nunca . O tremedal de Pikisiry imobillsava batalhões sôbre batalhões, tornando– Ge com as suas linhas de defesa, barreira intransponlvel . Havia mais, as complicações internacionais. O Ministro dos Estados Unidos do Paraguái, Mac-Mahon, criava casos. As nações industri:lis aleganclo neutralidade, negavam-se a vender armamentos. Inimigos da Aliança, na Argentina, fomentavam revoltas . Eram proble– mas que surgiam, ao menor pretexto. Entretanto, cumpria vencer. A situação era grave. Tempos depois, o marechal Duque de Caxias respondia as assertivas no Senado Brasileiro, pintando com verdade, as razões da imobillsação da Juta. -"Nada mais fácil senhores, dizia êle,-que depois dos fatos consuma– dos, e conhecidos o terreno, a força e as manobras do Inlmlgo, de longe, com toda a calma e sangue frio, à vista das partes oflclais,-critlcar e Indicar os planos mais vantajosos. Mas o mesmo não acontece a quem se acha no teatro ela guerra, caminhando n as trevas, em pais inteiramente desconhecido, Içado de dificuldades naturais. É preciso que os nobres senadores se convençam que a guerra do Paraguai foi feita às apalpadelas. Não havia mapas do pais por onde se pudesse guiar, nem práticos de confiança. S6 se conhecia o terreno que se pisava. Era preciso se fazer reconhecimentos e explorações para se po– der dar um passo". (Anais). De feto, o te rritório ao sul da República é todo uma região pa ntanosa. os paraguálos que tinham entrado em campanha com o efetivo de 100 mil sol– dados,-muito p ara aquela época,-valentes e fanáticos,-tlnham por si, um território misterioso e desconhecido, um preparo antecipado, os esteros in– vadíveis, e a su a colocação no centro dos seus próprios recursos. Para o Brasil, tudo era longe ; a or ganização não existia, e e ram escassls- slmos os transportes do Império. Quantos homens mandamos para o teatro da guerra ? Mais de cem mil mortos foram sepultados em terras do Inimigo, todos tirados da nossa mocidade ... A derrota do Brasil significaria t alvez, a queda da Monarquia, dando motivo às reivindicações fraudulentas das n ações de rapina. Porque, dada :i mentalidade dos povos, todos se ach ariam com direito de delapidar o vencido. A República Argentina, nossa aliada, concorrendo com menos da quinta parte do esforço de guerra, se nos lembrarmos que ela não possuia esquadra, _ enriquecia a olhos vistos, com os forneJiimentos às nossas fôrças em a rmas. E O mundo contemplava intcressadff'; o conflito armado, fazendo votos para que vencesse o pais pequeno e "heroico", o qual, passava por vitima, sendo em verdade, o verdadeiro algoz. Muitos pais de fan1ilia morreram sem ver o fim da Juta. Quem venceria ? . . .. A indignação e a ansiedade laceravam a alma nacional, com a especta- tiva de uma campanha que se eternizava. Começou en tão a afluência de Voluntá rios da P ãtria, que corriam a defender a s ua terra em perigo, a fim de evitnr a deshonra ... o ano de 1868 nasceu, como os outros, cheio de incertezas. o general Marquês ele Caxias quando chegou ao "front", achou a situa- !;ãO çah.1rpHosa.

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