Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

66 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS sua primeira "HISTORIA DO BRASIL" graças à pena magnifica de Fre i Vi– cente do Salvador. Através a leitura desse trabalho de escól, pude ram os naturais da época considerar o valor da Terra que lhes havia ser vido de berço. Suas grandesas ali a pa reciam escritas com o just o relevo que sempre me– receram por sua pujança . Trinta anos se haviam decorrido do Século dezessete, qua ndo um acon– tecimento Inesperado veio dar novas côres as letras Brasileiras. Refiro-me à invasão realizada pelos holandeses em t e rras Mara nhe nses . Os labores, as lutas, os sofrimentos empreendidos pelos portugu eses e bra– sileiros então em ação conjunta para libertar a n ossa te rra do jugo estrangeiro, deram origem a escritos sublimes onde o patriotismo era o principal a r gumento. Copiosa literatura estímulou tal sentimento n aquele ins ta nte de nossa Existência. E vinte e quatro anos se passaram entre p elejas e la ureis 1 ... Terminadas essa pugnas terrlveis, els que um novo centro de civilização e cultt.ra apareceu em nosso Brasil. Um grupo de escritores baianos do s aber de Bernardo Ravasco de Antonio de Sã de Francisco de Souza, de Eusebio de Matos de Gregório de Matos de Manuel Botelho de Oliveira velo dar vida às nossas letras Coloniais. E ora na poesia, ora na oração, ora na prosa, as gr a ndesas do Brasil eram cantadas, eram exaltadas, eram descritas com a eniase a que sempre fizeram jús. De Manuel botelho de Oliveira torna-se n ~ essãrio lembrar o seu livro máxlmo intitulado "A MúSICA DO PARNASO", creação onde o patriotismo é ainda o fundamento. A essa altura dos acontecimentos coloniais, jã a nossa lite ratura brasileira Unha o necessãrio amparo. Dezenas de discipulos do insigne Padre Antonio Vieira, espalhados em Santas Missões por todo o território da Grande colônia prestavam as nossas le– tr,:is novas um concurso tão eloque nte quanto proffcuo. Graças ainda a essa veia literária nasceram no Brasil as primeiras Aca– dern!as de Homens de Letras, sendo que a primeira f oi fundada na Bahia em 1724, a segunda instalada no Rio de J aneiro em 1736, e a te rceira crea da ainda na Bahia em 1759. Muito embora essas Agremiações pouco vivessem, a elas :se d evem obras de valor imperecivel tais como "A HISTORIA DA AMÉRICA LATINA" de Rocha Pitta "A HISTORIA MILITAR DO BRASIL" de José Meireles "O NOVO ORBE SERAFICO BRASILICO" de Frei Jaboatão "OS TRABALHOS COREOGRAFICOS E GENEALOGICOS" de Pedro Taques e Frei Gas par da Madre de Deus "A NOBIJARQUIA PERNAMBUCANA" de Borges da Fonseca "0 COMPENDIO NARRATIVO DO PEREGRINO DA AM!l:RICA" ae Nuno Marques P ereira

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0