Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

1 o REVISTA DÁ 0 ACAt>EMIA PARAENSE ·r:,,;:: LETRAS Ei-los: FREIRA Freira de olhos azues, sempre volvidos ~ara :, t eto de J:?eus, que além se arqueia Algem~da tu yive~ na cadeia · · · Dos impetos humanos incendidos. E se amas, que de beijos incontidos A tua boca sem mãcula refreia. O amor é chama que, se não se ateia, Deixa ape~as rumores nos ouvidos. Sufocaste p aixões dentro do peito. Rebentaram soluços, rebentaram Imprecações do corpo insatisfeito. E corpo e coração, cheios de lutó; Has ·de chorar a dor que outras choraram, · Arvores virgens que n ão deram fruto. SONETO Eu vi pt.rtir o' barco ao. fim do dia Sobre as ondas do mar que vêm e vão ... A tarde tõda desaparecia Como desapa rece uma oração ... P or que em breve o b arquinho voltaria Mlsereres resei nessa Ilusão : Nossa Senhora da Mela ncolia Ficou resando no meu coração 1 E t ôda a tarde, quando a tarde é linda, De vivas côres, todo azul celeste, vou ver se o barco n ão voltou ainda . . . . . . . .. . . . . . . . . . ... . .. . .. . . ....... .... .. . Veloz barqulnho, por que naufragaste? SI eu b em t e quero porque m'a trouxeste, Eu mal t e quero· porque m 'a levaste ! "63 ,,, . E era assim n musa do P eres, simples e ingenun como ·n· sua alma, e que t·em nos r ecorda aquela pobre Musa de olhos tristes de ·que Rodenbach, o p oet a das nevoentas terrss d e Flandres, nos fala num dos seus lindos contos ... Que Deus tenha, b em juntinho a si, essa alma de eleito, que não demo– r"tt na terra, por que est iwa predestinada a Ir viver dentro de um sonho mnls perfeito e indecifrãvel. Aqui, o preito sincero do. TT1inh;t s11ut111de, e por mim, também, o de "Bclem Nova". J:Jelém- Agôsto-1926 ,

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