Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

REVISTA Í;)A ÁOADEMiÀ _Í',µ't,6.ENSÊ PÉ LETRAS .. No a no de 1848, ·por ocasião do Círio de Nossa Senhora de Nazaré a dire– toria da festa da milagrosa padroeira, solicitou a P a troni uma .poesia· ei:., home– n agem à Santa, para ser publicada num dos .jornais de Belém . Patr.oni -nãô se fez . de rogado.. E, . no ~i~ do _ Círio, o i_natutino " 13 ~E. .MAIO" . e~tampava no centro da primeira pagma, estes. comphcados ,v/lrsos do .antigo estudante da Universidade de Coimbra : · "Belém val n'oventa e nove na escritura do helenismo ; t ambém um em latitude nas cartas do civilismo. Na parábola n ão e ntra mas t em da ·curva à virtude Pois tudo em si reconcentra modesto patriotismo. Pois Kos-oca é já Mathias ? Logo, o norte é eleição. Um José não é mais Bispo i Felipe não é vigário . ! .. Nem Ana é mãe de Maria! ... ,Em Nazaré onze estão". E por aí seguiu numa mistura de difícil co;,,preensão. É sabido que Patroni morreu louco, é' 05 suas p al:nfros c gestos, néSso épo– ca, já demonstravam, pelo exemplo citado, franc.o desiqúilíb:fo. de idé_ias:' No entanto, a poesin que êle denominou "CfRIO DE NAZARÉ" teve louva– dores e ganhou fama. E, dêsse modo, tem sido incensado e combatido, dentro e fora do seu t empo. Outra personalidade sujeita ao julgamento mais contraditório dos seus con– temporâneos foi, sem dúvida, o cônego Siqueira Mendes. Quem se der ao cuidado de folhear as pflginas do "Diário do Comércio", quando aquéle sacerdote era deputado à Assembléia Legislativa provincial, pas– marfl diante do série de Insultos pesados, grosseiros, contudcntes, que diá riamente eram atirados ao notá.,el cametaense. Não se tratava, apenas, de uma campanha poI!tlca, tão do gôsto e do tem– peramento dos homens de todos os tempos. O que procuravnm fazer naquela época os adversários d e l\fanuel J osé de Siqu eira Mendes, e ra diminuir-lhe as virtudes cívicas. Negar-lhe " ~ qualidades morais com que se impós ao respeito e à admiração dos seus patrícios. Vai aqui um exemplo da sua altivés e do modo com que aparava os golpes dos seus opositores. Na sessão de 27 de novembro de 1859, da Assembléia Legislativa provincial, discursava o cônego Siqueira Mendes. Apnrteado por um deputado, quando fa– zia referê ncias ao presidente da Provlncia, exclamou o grande conterrâneo dos Romualdos:

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