Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

58 REV1S'Í'A D.A. ACADEMÍA fARAEl'lSE DE ~TRAS A Época .E Os Críticos de Patroni. E de Siqueira Mendes ERNESTO CRUZ Nada mais var iavel que o julgamento dos contemporfineos. Embora não seja novo o conceito, nem por Isso perde n oportunidade, tôda vez que, no pesqui• zador dos arquivos é dndo man usear os dpcumentos que retra tam é'pocas e focalizam personagens. Quem t enhn o ensejo de compulsar os Códices do nosso Ar~uivo Público, onde estão colecionadas as milhares de peças que revelam, nos seus detalhes, ns diferentes !nscs da nossa íormaçí,o histórica, dest e os alborcs da conquista aos !nstos revolucionários que demonstraram no pais a fibra cívica do povo paraense, há de ficar admirado com a diversidade dos conceitos emitidos . pelos cronistas sôbre os fatos e os vultos da sua época. A propós ito da cabanaccm, então, n divergê ncia é desconcertante. Já tive oportunidade de citar, num trabalho sôbre o assunto, cêrca cte vinte com– pêndios de his tória pátria, cmdc cada autor interpretn esse moviment o social de modo diverso, e n arra de maneira contraditória os episódios mais notáveis e co– nhecidos da luta. O que s ucedia com a a nálise dos movimentos coletivos, onde era notória a p arcialidade dos cronistas, que es creviam sob a influê ncia dns suas slmpet ias partidárias, acontecia no julgamento. dos homens pelos seus con– temporâneos. Felipe Patroni !oi uma dessas personalidades, sujeitas ao julgamento mais variado dos seus críticcs. Apareceu o famoso patriota nos a nais políticos do Pará , em 1820, qua ndo chegou a Belém, pa ra coligar os paraen ses em tôrno do movimento constitucio– nalista português, irrompido no Porto, nesse nno. Deppis de uma Intensa pro– paganda onde demonstrou grande dose de Idealismo, co~Gcguiu arregimentar a Provlncia a favor dn revolução liberal. E foi assim que o Pará chegou a ser a p rimcirn unidade brasileira a pro– nunciar-se pelo Impé rio da Lei contra o nbsolutismo. Porém, no dia da vitória, ou seJ.n na manhã em que os corpos da guarnição militar deitaram por terra a Junta governa tiva, não nparece u no P onto convencionado, nem assinou o documento onde os seus correligionários ílrmara m irrestrita &oUdnriednde nos seus irmãos d' alem m ar. ~sse gesto de Patronl, nunca !oi suficientement e explicado pelos seus biógrafos. Apesar de incriminado por uns e louvado p or outros, chegou ·n grangenr grnnde lníluêncla no circulo dos seus amigos, onde crn tido, por seus trabalhos literários e clentlílcos, como vulto de grande saber. O Barúo de Gunjnr.'í que lhe troçou pe rfil pouco lisonjeiro, regista o fnto, dizendo que t ivera de P a trv,11, por longos t ~~po_s -:- ~e~~ :,~~~-~á! ~l _i!!lpressão" •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0