Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

I l 50 REVISTA DA AOADEMIA PARAENSE DE LETRAS porém, é que êste nunca se conformou com o juízo de seus contemporâneos ; detestava, repelia e negava o valor de seu trabalho, ins urgindo-se contra a : prioridade que dayam aos "Sertões" na sua vida. Comprova esta assertiva, a carta que êle escreveu a D . Augustin Vedia, jurista argentino, seu amigo, que lhe encomendara o extraordinário volume : "Mas preciso dizer-lhe que não lho mandei expontâneamente, porque aquele livro bárbaro da minha mocidade - monstruoso poema dé brutalidade e de fôrça - é tão destoante da maneira tranquila pela qual considero hoje a ..:,ida, que eu mesmo, às vezes custo a entendê-lo. Em todo o caso é o primo– gênito.; e há c,:fticos atrevidos que afirmam ser o meu úNICO livro". O que é indiscutível, de qualquer modo, é a atualidade e a universali– ?ªde de "Os Sertões", cuja frequência ao prodigioso manancial, não só cienti– fic<i,. como de _cultura literária, que nele se condensa, deveria ser assídua, pelas gerações que a essa obra notável sucederam, e das qua is desejou saber se existia ou não esta tendência, a "enquete" de o "Jornal de Letras". O comportamento da intelectualidade atual." que seja, pois, o da \-eve– rê_ncla ipcondlcional, perante êsse monumento da literatura latina, à memória do grandt; sacrificado - ••êsse Homem Estupendo - segundo ainda Monteiro Lobato; - que desapareceu numa voragem" ... Belém, agôsto de 1952. ;

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