Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)
• REVISTA bA AÕADÊMÍA PARAÉN$E DE LE11iAS Agora a despedida. . . tle chora. . . Ela canta o noivado feliz dos frutos e das flôres para não lhes amargar o sabor da garganta. Adeus, noites de fé, longos dias de amores \ passados à varanda, juhto ao caramanchão de violetas e rosas e lírios brancos imortais. Nunca mais hão de vir essas noites formosas. Nunca mais! .. . Nunca mais ! .. . 11:le parte, sorrindo. . . Ela fica, chorando. o último adeus de eterna despedida, ao consolo final de uma volta imprecisa ; fica, os olhos no chão, presos ao chão somente, fitando a sombra ideal do noivo amadq, ausente, nas feridas que a dor nunca mais cicatriza. Fica. Na curva loira e esverdeada do mar crava os olhos a ver se há de um dia voltar a náu que leva além, para o eterno horizonte ; fica a pensar e a crer, que nunca mais desponte para o seu coração notívago, uma aurora. Crava os olhos no mar; olha-soluça ... chora No mar é que ainda está e~ do mar que provem tôda a sua ancia e todo o seu único bem. Tem-lhe a saudade então o gume vil da lança; tem-lhe a esperança agora o sabor dos venenos; e Ela fica amargando a saudade e esperança, -uma saudade a mais ... uma esperança a menos ... 5151920
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