Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

RE\t:IsTA bA ACADEMIA PARAÉNSE DÉ LÉTRAá Ó7 J á no regime monárquico eram avançadas as suas Idéias politlcas que pouco se afastavam do republica nismo puro. E t ão vigiroso foi o discurso gue pronunciou na 13 de Máio de 1880, em presença •do presidente da Província que foi o m esmo considerado uma verdadeira consagração da . opinião popular. monlCestomcnte simpática ao regímen polltlco republicano que então oJvorecln. Foram assim notabi!fssimos os traços deixados p elo dr. Américo Santa– Rosa como polltico tolerante e convencido, como jornalista fecundo e homem público que amava o bem público. honrando a coletividade que sel'vla honrado e sabiamente. O chefe de familia. Consorciou-se em 1856 o dr. Américo Santa-Rosa com a senhora d. Hen– riqueta de Araujo de cujo feliz consórcio houve seis filhos e cinco filhos, dos quais lhe sobreviveram apenas nove. Em 1885, o dr . Américo passou pelo des– gosto de perder o seu filho médico dr. Américo Bras!llense com apenas 27 a nos de idade, e 11 dias após o suo filha Henriqueta. Em verdade quando veio a falecer o dr. Américo não deixou um patri– mônio apreciável para a sua familia, mas, deixou uma próle Ilustre cujos mem– bros proeminentes dignificaram a sua .honrada memória. Com alguns dêstes tive a felicidade de travar conhecimento pessoal na minha vida pública. Lem– bro-me ainda com saudade do dr. Emilio Santa-Rosa a quem conheci como juiz de Direito da capital do Pará e, mais tarde, convivemos juntos como parte integrante do Egrégio Tribunal Superior de Justiça do Estado, onde melhor pude apreciar o seu saber prufundo, o sua probidade inatacável, o seu amor à justiça, que o fazia r espeitado pelos seus pares e admirado pela sociedade paraense, a qual nêle viu sempre um herdeiro ilustre de seu digno e venerando Pai. O outro, foi o dr. Henrique Santa-Rosa.engenheiro civil de uma competê n– cia incompará vel, de uma Ilustração assombrosa. Conheci-o melhor quando juntos e irmanados, fatiamos parte da comissão de limites Pará-Amazonas . Ali os seus conhecime ntos técnico-pr ofissionais, de Geografia, de História, em– polgavam a comissão, que aliás, sempre o considerou indispensável em todas as fases por que passou a famosa questão até hoje sem uma solução definitiva . Lembro-me que, de uma feita, tendo eu de Ir a Manáus tratar de assun:· to relativo a essa comissão, procurei saber a posição geográfica exata do lugar Ipapucú, situado na comarca de Parintitins-de onde tinha ido uma precat6riá para ser cumprida em virtude de solicitação do juiz de direito de Faro e havia chegado ao nosso, conhecimento por intermédio do governador do Amazonas. Dentro de poucas horas, tinha e u a resposta escrita de meu ilustrado amigo, na qual êle começava dizendo : "O lugar Ipapucú, como indica o lago do mesmo nome, também chamado Ipaupucú", figurado no mapa de Paulo Lecointe, do Baixo-Amazonas, faz parte da região lacustre marginal do Amazonás situada ao norte da costa do Jacaré, entre os furos de Guieiras e de Ribeirão e que ao norte é limitada p ela série de furos e paranás secundários que H . Coudreau abrangeu na denominação de Paranâ-miry do Macuricanan". · E dai entrou o ilustre geógrafo em conhecimento tão minuciosos como si! fõsse um compêndio didá tico, preciso e caro nas su as explicações. , Outros filhos ilustres contém o Dr. Américo Santa Rosa na sua prole, onde ainda hoje se distingue o Dr . Virglnlo Santa Rosa, engenheiro civil que, há pouco ocupou as funções de diretor da Estrada de Ferro de Bragança com brilho inexcedivel. Em suma, o Dr. Américo Santa Rosa legou à sua honrada familia o melhor dos p atrimônios, - uma · educação esmerada e a · obrigaçã9 suave de lhe honrar a memória por si já digna do respeito dos pósteros e feliz– mente rememorada pelos feitos ilustres dos seus dignos descendentes. A fatalidade. Ano de 1899. Achava-me e u na Capital da República, quando a 2 de setembro os jornais noticiavam telegràficamente o fale,cimento do Dr. ~t~ •

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