Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

/.,,. PR~MIO DE QUINDENTOS CRUZEIROS Em 18 de junho de 191Q o sr. Salvador Santos, gerente da "Gazeta de Nollclas", ofereceu à Academln Brasileira de Letras um prêmio no valor de Cr$ 900,00 para um concurso de poesia sõbre assunto de história do Brasil. A 20 de junho d o mes mo nno .toram rcg utnmcntndos os condições po.rn . o prêmio, estabelecendo-se que o assunto deveria ser tirado do primeiro ·século da história do Brasil · (1500-1599), com 10 v ersos, no mlnlmo. AS OLTJM.AS PALAVRAS DE BEltNANOS - A s d crradelrns palovrru, do escritor francês foram uma citação. Ao morrer, o autor de Sol de Satã repetiu as pala vras de Rnstlgnac, heroi balznqueano : "A nous deux l" - pronuncia: das após o entêrro do Pai Goriot, no momento em que o jovem provinciano se des pede de tõdas as s uas ilusões. Discute-se o sentido que o escritor agoni– zante pretendeu dar a essa frase. Els como a interpreta Tristão de Athayde·, no n ecrológio que consacrou a 'flernanos : "Como Rastlgnac h avia desafiado a vida, B ernanos desafia a morte. Bcrnarnos íicar:'I na história do pensamento como slmbolo da renúncia e do despojamento humano do Crlst!io moderno, nâ sua Juta contra o espirita de Rastlgn:ic, para se entregar, como Santa Catarina de Siena, que t ambém desafiou e lutou contra a morte na hora suprema, à úni~a e suprema glória que o homem pode e deve procurar na vida - a glória de Deus" . NA B,IBLIOTECA DE NAPOLEÃO - Certo dia, Napoleão p,:ocuriiva ~m livro na sua biblioteca. Por fim, encontrou-o numa das prateleiras que não podia alcançar. O marechal Moncey, que era um dos homens mais altos do exército e que estava presente, ofereceu-se para retirã-lo : "Sire, disse, deixai-me retirar o livro : sou mais alto do que Vossa Majestade". Mais comprido, Ma rechal" retificou o Imperador, franzindo as sobrancelhas. UM "QUOTATION-BOOK" DIFERENTE - Os ingleses e americanos têm especial pr.eíerência pelas coletàneas de citações, frases de homens célebres sôbre os mais variados assuntos. Um autor francês, Henri Ganbert, Inovou hã pouco o gênero com um livro ao m esmo tempo instrutivo e divertido, ,Les mots hlstorl– ques qul n'ont pas ét é prononcés, onde encontramos a história pitoresca de muitas frases f amosas, pretensamente históricas, desde a antiga "Venceste, Gali- leu!" até a moderna "O. K . " • Mi,;RIMl,;E LINGUISTA - Poucos sabem que o autor de Colomba foi um poliglota notável. Um dos primeiros divulgadores da literatura russa n!l Frapça, traduziu do original obras de Puchkin e de Gogol. Para escrever Carmen, estÜ– dou a Jlngua cigana, ao passo que Lokls, seu último conto, revela o lnterêsse que mostrou pelo Idioma lituano. UM DITADOR AMIGO DAS LETRAS - Conta Cicero, num de seus dis– c ursos, que um m á u poeta dedicou uma obra s ua a Sila. o ditador m andou presenteã-lo com qua ntia bas ta nte grande, com a condição, porém, de que nunca m ais voltasse a escrever. Virã dai a predileção que, ainda h oje os mA.;s po~tás manifes tam pelas ditaduras ? • UMA DEFINIÇÃO ORIGINAL DO GÉNIO - "O Gênio - escreveu Flau– bert certa vez - é trabalhar doze horas por dia". MORREU GUIMARÃES PASSOS No dia 2 de setembro de 1909 morreu, em Paris, Guimarães Passos, autor dos "Versos de um simples" e das "Horas Mortas", Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde criou a cadeira n. 2a, de que é patrono Laurinda Rabelo, e onde o substituiu Paulo Barreto, que por sua vez foi subs– tltuldo pelo sr. Contãncio .A,lves.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0