Revista da Academia Paraense de Letras 1953 (MARÇO V4 EX 5)

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSl!l DE LETRAS MAOS ASSASSINAS OLAVO NUNES Com essas fidalgas mãos, régias e finas, Que têm do pêcego e da rosa, - Por que da Vida à estrada tormentosa Só veneno, e não bálsamo, propinas ? •.• Nunca pensei, ó Flõr, que essas divinas Mãos, cuja concha minha boca anclosa Encheu de beijos, sôfrega, nervosa, Fôssem boje, para mim, mãos assassinas... Cego, na ânsia da luz apetecida, Tive-as outrora abrindo-me os caminhos Pelas encostas vlrides da Vida ... Foram-se agora os zêlos e os carinhos• • • Hoje, essas mãos apontam-me a subida De um Calvário de cardos e de espinhos• • •

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