Revista da Academia Paraense de Letras 1952

11 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS ··QUATRO SONETOS JúLlO CEZAR RffiEl!tO DE SOU.SA (Patrono da Cadeira 21) PALAVRA DE MULHER Palavra de mulhe r - sempre é mentira! Sempre traição e sempre raJsldadc ! Sempre veneno e fel: Sempre maldade ! Sempre rumo letal de lnfcrnea pira! É sombra que ao nascer sem vida - expira! Eco desperto e morto na sol'dade ! Arremedo e contraste da verdade, mais traiçoeiro quanto mais suspira ! Fogo fá tuo que sal de lousa fria, • mlrairem sobre oculta sepultura, al ! do Infeliz que d'ela faz seu guia: Palav ra de mulhe r - ê noite escora ! Palavra de mulher é fa ntasia! Palavra de mulher. sempre é perjura!!! 21 de julho de 1869 O HOMEM· DEUS Se Jesús não é Deus. nada ê verdade, pois da sua figura soberana. tão clara como a luz meridiana se manifesta a própria Divindade. E há de a razão ver n'ele um Deus, ou há de, na hlootese caindo oposta, insana, lngénltas supor à essência humana, a suprema virtude e a santidade. Homem nenhum t'ão alto se alevanta a humanidade aos e rros vive presa, Jesils os e rros. um por nm, suplant,a. Tudo em ,lesús excede â naturez_a.: . E se é bem ver num Deus clemcncta tanta, loucura é ver num homem tal g randeza !

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