Revista da Academia Paraense de Letras 1952

/ REVISTA DA .,C:!,Ji'...., : ?ARAENSE DE LE'.tnAS 87 Para Fontencle, foi a velhice a estaçcio de felicidade. P~rguntando-11,e a lguém ~m que idade tinha sido mais feliz. respondeu : - "Dos sessenta ao~ setenta a nos. Nessa idade tem a gente a sua posição feita, j á n ão há ambições, nada mais se dcse,a e l!o?n-se o que se semeou. E a idade da colheita aca bada". O Sr. Xavier Marques, num conto sertanejo, intitulado "A Vida do Homem·•, d iz que <'Stc, ,.chando pouco trinta anos que Deus lhe dera de exis– ti'ncia. reclamou : - ''Vinte anos que o burr o nióo ouis, vinte que o cão enjei– tou. vinte que o n,acaco recusa, dai-mos Senhor que trinta anos são muito p oucos p:ira o rei dos a nimais. - , ..OJTI"l-os;, qcedt•u n Cri·ulor. Vh·er ús os noventa nn os mos con1 um:i condi,;iio : cumprirás em tua vicl!I, não só n teu destino, mas também o d o burro. o do cão e o do mac-aco. F. assim vive o homem A t~ nos tr inta. ro1·te cora·josb, rPsis tentr., n1·rtJ~ta pel'i!:,OS e estor vo$, luta com ref.olução, vencP e domina : é HOMEM . Dos trint:i aos cinquent:i tem f:.,m íJia e tr:abalha ~e:-n re;,ouso para s us– tentá-la . Cr ia os filhos, ofadi;!c-•e por educá-los e ::;ar antir -lhe5c o fut-Jio. Sóbre ele se acum11lam os cnc:araos · {• BURRO. Doti c,nouent:i ao• 'f'tenta a ,1c-. esfá dr- sentinela à f&mUia. D edlcaào e d ó~il SC'U deve·r •~ deie,,cit' b m:'.l!l j.:J n }o pode E'm tu.:.io f:a.:er \·:iler 3 r,na von- 13ae Contr:iriado, huinilha· ·" r oor,ic<'e: é> C.".O Do~. ~eH:1,t1 nor 1Vn ,~1il•1 :, r: fnr-1.:is. cu.-vo, tr"p('l~O enrug:ido VC'.,.eta "' um cant o. lnút d í" rid 1ru!o. F.;1~ r ,r com ~u:i cuia ~U!'.l cJ.dUt')uice e sun p rópri ~ rabu~e,n . S3bftrn que o n .. :.o tomam fl tií•rio. m3.G re:-i"3na -se e tem gosto em ~ p~lhaco dau crinnc;ns · ;, lVJAf.'ACO" Vó'>, ~r F.ust âc-!uio de A. evedo, tive$êes :i ventur~ ,..12 não percorrzr es3~ r ~cála de:-:.crnch 1tc d •J •.:1d 1 P. , ,, ,.,3 !)rojer-.io · foi sempre" :..Greacional par:i n e::ul_!nmino!lo í" p:rro a iu2 e lorioss nor: nrvoubo;: ,·i.5'orosos d::> vo!:so espí.rit .... em ou1c:1 de perfei~5o. Sois vó~ mt:51no q 11Pm no-lo diz n e~tc hP.lo soneto · An!-1 dez nnoc;,, na Er:;rol::i : sos quinze, no Lice:.: ; :io• vinte !l m:iuJnc::ir o :>§o de men labor· ::io· t1h1l.1 j1,rnali~1:1. "· tive jubileu.. 1111 cromsla, rm,tl•ur poe:t:i, fr:idutor. Euribva no•, qu :irPntn :iinda com fervor estr(?t"eJ :rn l11t uro, :i ne-us, :io mm·. ao céu ; à minhn P:'itria ao D f.>US que r epre'.;enta o amor. P que eni lntnr. rP'.'lic;, por VP7í'S, n1f- ve?lceu 1 Ao; clnq11ent:i rlobrei o cnho dn~ tormen tns, após co,nl,nte,. mil. procel:i,. violent:is. u1n ('\!'.lntinhr, lHPtr:indo, :! f i111 tfp deilennc;:"lr .. Aos so~;,enta , aknnrci ::i 11·:'.om.1a do ahandono P rwla Irei dormir o meu ··11timo sono, ouv1ndo o rhi:1r tio búsio .. e os soh1ros do ma:r .. Mas Sr 1':11·rtáquio de Aze, edo tenhamos de defrontar a cada p3sso f~i.; 1 t célebre eth tdantP de Coe1he, cit:;ào pcl' Fa~uet "o qual p7efenàe que cabo d~meT que P3c•,3 elo li lnl!l :inos deve prP5t:Jl'·0P o serviço de lhe jar toâo ho P_e e" e arr.:, -t:ir !.l animos!ci '3.de do:; que pe-noam coni De :i\liai~tre ••que e . ITiem t1l,e P!i!""9 dos quar.::nt:3 anos r ouba a outl:em os anos que vivt.:·· objct~ 1 t!nuareii 1 0:. n:.i nos~:a ·eihH.~c a cnltiiar sere11a1nente p Vida como um i.Jq, u ~i 0 ~ arte rend? n-::» pa~1o o c-oracàç, e;n íesh,.,., ~ {'0phar e ~ soJ--rir como P J7lc~·:i •._nattu·a CUJO Suav~ Ontun,., cel~bn l ,;.1n t ona1iciades ti0Ces de cr e~ .. 'º· ,1:i curvns df tes verso;:; : E .10~ honita f"'C".i:'I tnulh,,,r Artor3 no ;1p.13adn e:.p1cudnr ctnqut..•lt.? ro to Vt.>C-11,.:.,c- ves1l~io.; dt: i.llno <:xtinta :.uror:1 • .,, V<'sperid tr,stonh;:i d e 11r,1 sol pos fo ... E is o passado :isp(;r rimo transpor,[,,.. J !i lh e n,~10 vibrn1n mais 11uln1n sonor~t. :i:i ierrívt>is rojndn~ e.lo c1f'... pós1o. a•; telllPl" tnoc, turbid:is d e 01111·01·0 .. llo1e n Vid:i ih< flu, tr:inqnil-1 e do,·e como um r egJIO lllil).lldO que tosse por entre llore~. mur,nuro, ;ugrndo ...