Revista da Academia Paraense de Letras 1952

r 1 82 REVIST A DI\ ACADEMI/1 P',rAENSE DE T,ETRAS Ar tur retorna ao Rio. No. semana nue ~e se'{ue ela "presta tudo para a fuga. Orie nto-a no que posso, 1judo-a mes "'' -"rtur envia-lhe dinheiro para a passagem. Só uma coisa ainda a prende : uma !il~inh'l ~ncantadpra de três an os. As vcsperas, o marido cicsz<>:,rc tudo. Como, não sei. rtá uma porção de gente sinistr,.me":te oculta ne~sa história. E. assir1. R•>th é for,:ada a ad iar a partida. Corre pa ra mim. e eu tento confort',-la o marido ;imeaçeu-a. primeiro. De– poi,; " d~crtiu-a de abrir os olhos par;, 0 f'lfun. Qurin r r" Artur? Q11e,:n era ela? Con10 ft;tr -se nu1n rapaz sem ind~pend~·nc!:i cc::mómic'l ? Por nue se a rr1~car 2. ter· m1 'lar desrraç~da ? .. Conta-me _tu<!o Entendo nue a , u~ fU"" ·-e tornou j:t rn1po0Aivél e procuro de:.v1a-Ja_ dessP ,ntento. desen·:olvendn ;i pr·•i:-r.:1 arC?•Hn~nlação r!o marido para con\-en,c-~-la. SLnto que -..·ai c-cdcndr,. :,i 0 _.., ooucnl.;. \J1s sinto, tambérn, que, ao~ pou– co:;, noc; ~a!TI'l~ ~Ct'l'C";indo um do \lU t r"'>. • A•l!vmh':' o dcsf~cho I O esposo to,·no 4 -$c má11 desde que " viu vendida. E la con·eu parn mun. I•'c,ram q":,tn, meses. de cl~lino. M,os a situação doméstica a~ra– vou-se El'1. ".~on1. fem a ooce 5 ljáo rle ab,mdon;,r O companheiro de todos os tem– pos. Df-lo e. fita-me. Nunca m·1is esq11cccrei ,. força daquele olhar hipnoti umte. . !magma o meu est9do. Como f Pzé-lo ? °Nil" posso ahnndonar esfa vida, esta ter_rn, e os meus_compromi~sos, assim ao léu. Além disso. conheces como e u sou fchz em ~sa. l,VI 1 ~~ esoos:, é como uma ben~ão calt>stial oue me e11ternecc com "_sua bondade rnfuutn e cor,1 0 reu ,iféto sem ieual. 'fenho. também. um p eliz aue ha d e ser um grande ho1nem. E tf':!nho. ml:!u amJC!O, reinorsos na ahna. mas tenho sobret;Jdo, uma forte, uma irrr,sisüvel inclinação amorosa por essa Ruth . que <, uma e iama de beleza ra r,. e que me põe tanto de sonhofi e: de desespero. d la 5 ;,m poder deflnir-n:e. sem for t·'IS par, fa7cr in feliz dois la res, o me11 e o e · cs orço-me, quero fugir dela. quero odiá-ln, mas quen>, também, possui-la . .. débeis Nã~ há ot.lra soluça'>. Convoco fiJd;is as minhas eneri?ias. que se tor nam vé-l r an ~ 0 impera ti_vo d.:, aféto. Mas consi!(fl vencer-me e evito-a. Não queJ·c, no :;,•eue;;i:'aJiode capitular. Contento-me em tf-1a dentro dos olhos e agasalhada :~1~m, cheio de fo:talezn de ânimo, sou outr o home:n . vereda por i~va~hi1_ 1 ~ rn~nha friez;i, o 'TWU arrcrecimcnto rápido. Deseper o. E c n- p a ex1s -nc1;:i rlr lo:.icur~s assas as noites n'> .. , •, 1., ' · ·d 1 - o ma1irlo acompan' _. · .' • ;.ri. ri~ C;,sino. nfoY,:incln_ em r ui o a sua deso ac:a9. lt-rmimmteme'1t , 11 ª ª· ":ª~· ora e'.·ta rc11lmentc cmbriagildo, ora. apego-se no_ JO/!O ;iventuras mais\ P\oci.:~o 1tast,r m~ .,~1npre rio c:i•nmho dela. Se! que se atira as pode compreenrt rcs oucar!a\. I. :;oc1cdadc escandall?a-sc. mas _nao procura nem torn:t O seu rrac!~ ª :u~ l_mc~~a lra,'!éclin ir.lcri~r. c'".:rf.--sc dcspr!!ztvel d os hon1cns. e Assim vivc-·~ 0 · C.1!(,",'Cnt,d como \lln cstl;!nv1 de mald1çao. . de hcm, 0 n~ a cort,, 1~ 1 1~:. esse lí'lllpo. ate- dc;mir.-·..;o pela nu1_nhá. Havia u nrn p orção ~c"1ucr.. .::i conhecc;;,m.-i-t · omo ~•'11trc•..;. • .. !ct·,dc- dos que ~e d izem heu~ a1nantc,t;, ncrn ren ho lio ie a- imnr" . 1 1 1 '·'li ·· Nurica "i cou.1.oa· 1 _.,.,.. w 'e c, u,.,. ,., suo. (JtH d:, fu1 ,nua ver 1gen1 <- e f uru! 1ao. :~Y.1r.3;.Hc,.1 1 tE:. TtJdo~f ~;, ·. f!.n~ nc-1.\.."( •, . r1c·T'"' .Vl'/f"U .1111<m!-a111rnlC', dcsesp<"ra?an1entc cc ter 1"'1Xpet·ul"'('l1l~d~ icqu 1 ntC; fi.Hl;i~ .. uc; iJH"Ul:u·Jú nth.~.:,-, todm; a~ a luc1rtaçocs p are- J:;, no fim cu p~e•· · 1 . • p~ra tnlth WJ-b ,,l 1 d, "::' 111 o qu~, € tou ,uaJ; vu ITleJtm, e- ,qucr..ad o. Ni,o é a n,e~,n~ é p1·ecir,o. é i;o•rli°à" cl 1f·'. P• ·ll.at i:tqt1cl3~Jouct:ra ! 1,•onnn-~..c nrla a Obl'essao de que ;:ão. V(, cm c~dn t,;~ e,..ixar o n1arido. 'l'o"ios r, nt•c_ rdàn; agor a, ql'lc ela tinha ra– _,:.;:0.u não Pr,-un m<'l,hncn~- "UC "..:11:.lt;e. u,n 1 Ji1•erlHC"~10. Mas ns hon1cn, todo" q ue c lc– al~ns di;:n.,. Im v.1iu rrc-... rio q u~ ru. Nri"hu,a , q uis ~;rn;i;o par.à a aventura cie ~utc Ievfl-I~ e 'i' .;ue':n ° . s eu _sofriinento c-m ~:h:c d a Ien1hr;inc;a do ot:tro, do que . Sábado, na ucl C!..., ~ao fte'?_.:iu. . . , . m arid o e perJunt~ J ~. nies,nR_ nolto de qur te falc1. e~::fJntre1 no Casino o seu esclareceu-roe. E éicí CJ_ c l<;-. Nao ~Pio. respont:ie-n1c. Ficou ·'z<1ngnd a'' cm casa - ro ao telefone. Jevnd~ 1 óp~,o parece P.star em·ule~izarlo. Pressinto alguma coisa. Cor - o tel:?fone ,.,, !''· 1 um 'mpulso piedMo cc h:IAr-!hc. pedir-lhe que ve nha. nhecia as v;oientasao .«t•md<' Volto '10 "l(rill · t~nciont-11do falat-lht' depois. Co– fcrtá-la. E~tranh;,. co~~ 1 :;1 de_mésticas de ambos Por isso. sentia ,;cr preciso cun– Às duas àa rna . 1 l~n~ia. a _dr•.c.:·e t'!lr.•ff•.lC:n1n, n,:ss:i ~ora 1 ~reci!:.inmcntc à~l ui~'-'d 1 ele a~m,inp·o rct1ro~~11c r!o ( as1no. do nu:"~J_do. '\uth ~st.~ nodpas 2 rn.,;1a chega no "f1rll' um mcnsagcJJ"o, en1 b usc'l _ I o1nor;., 11n 1 ~illou ~~nlo Sr .. c.c11-ro f ;,,:o_ni:rt. rnae ond.; o f1Ih 1: 1hs; ,...!j:pº~-~ J ,:ni u1-1 n.'s1denc1H e <ler:. (J cr'lcl!""rc<:o d;.1 rac.;a de &ua mr: ..... t-::i. 1.ugc-r,- 10 11 ~ tto1.hc_·=~" 1 J•i~":!nd•, .. }r.:1111.. n•a.; J'/1::11 .,, plJc o car ro r111 u1ov1- !;'l::? r,ar-: ; r, a \.'C i-d~idc• .. 1 ... _< ( 1 •-.nurt-tn d< 11,c-1·cúrir>. H:1 011lr;:is ,·1_•r.... u(''~, n1rlS esta t'.'"'·ferlt_: -ra;1do. J,)~ vc-J~~~cf 1 t 1 ' llu. H, fio lrajLto <, 0 'd1~Ptíl ·ur.. vo1t, c:ir, (.• \{· a 111oc;?c rios bra I ·::~. '"::;0·1i· .n. T,~, 1~~\.: ri: ·. 1:, ; ·, Prc-,!ifn So,· >l"ro <' c11t r:i. no HQSp it;:11 com c l~ f"l'"lr:a t.: poe-se Qam,e ionr· r . ,fur<i, :, r~.111 1111 <l',: 11dtJ o uwnc~o r·hf:~a c.ncoritn1•él <ln 1n~;,':i-· ínrça .1 1.l , i• 11 j,l}, ..:.~ir:, <,t~i.. ai•v1.-i ,~·, fr1icç;.1t· no caduver An ·~hata-a ; ui vê-1'"' na ";n r· -~~:~. <.~,ni ~- ,,J.. n~1r,1 i~Ho ..., g t.: • LCr,u,re1 o vcr.:;o (l,J poeta: "Estava r~o cai:c5o como