Revista da Academia Paraense de Letras 1952

.REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 71 sana_ de Oliveira, Passos de Miranda, Rogério, P aes d e Ca r valho, t ndio do B r asil, Artur Lemos . Ge ntil Bittencou r t e ou tros. O P artido cindido, o de Lemos, passou a se chamar : PARTIDO REPU· BLJCANO PARAENS E . UI Começou e ntão o dominio do novo chefe d omínio êsse que as paixões partld iir ias encararam do modo mais diverso. ' . Mas a verdade é que o Senador Antônio Lemos , como Intenden te d a Cap1t~I e Chefe sup r~mo da política do Estado, sempre se. revelou um dirigente com invulgares condições de mando e de trabalho, dotando Be lém de vanta– gens urbanas, que só podiam ser oriundas da visão superior d e um artista . . Porque o que existe em Belém d e notável no traça do das suas amplas averudns, la rgas de 30 metros. t ódas arborizadas com man gueiras, causando a ad n ,iraçiío do foraste iro, se deve a é le. A Avenida Serzedelo Corr êa foi um i,lano carinhosame nte traçado, bem como a Avenida 15 de Agõsto; tud o obra Slla. O Bosque Rodr ig ues Alves, o P a rque Batist a Campos, a Praça d a Rep ú· bllca, o Largo do P alaclo, o Lart10 da Sé, a Avenida l adepend ência, são locali– dades emergidab da lama, e transformadas em repositórios de bucolis mo, ele• gãncia e be leza. Antes dele, Nazai,é-, São Jerônimo, Padre Eutiquio, e r am vias calçadas a matac::.c., tendo por a rborização mirradas casatanholeiras. A Av. Independtmcin er!l a antiga 1,;s trada ·•Pereira" , cheia d e tijuco ou poeira; quase intransll.livel . Pois t:le, con1 un1 tlesvelado mnor pela cidade, amor que aos pou cos se trans.fomaru e m manôn, queria tornar Be lém uma cidade g rand iosa. E o coa• seguiu. A tal ponto, que quai\do Euclicles da <.:unha por a qui passou em 1904, t icou rnaraviJhado, peJas ave nidas lfraudes e enso,nbradas, capazes de ser mar– glna<Jas por edl1íclos mo1,,um>11MIB . A cl<Jacle <Je rato se expan dia numa su ri– i.,osidadc de traçado, que 3lnda havia de sagr i.-la com a capita l do EI Dorad o. Os bair ros do Ma1•co. Sáo Braz, <.:aaudos, Santa Izabel, Cremação, foram surgindo, cortados todos, po r largas arlér ías, r etas e planas, como prepar ando a modesta B,Hém dos porrng ueses, para futuros fóros de metrôpole. Lemos er a um sonhador, un1 poe ta, c uja maior ambiçao era tornar Be · lém a ma is bela cidade do Br asil . Veleiros chegavam constantemente, conduzindo paralelepípedos vindos de Portugal, co1n qm, se calçaram ruas rnún~eras, inclusive a P raça da Repu• bUca, q ue t!ra calcelad a com Cllllos de madeira . Ora, tudo isso sô podia parti.r da extraordínúria imaginativa de ,,m po~ta. Jard ins ostc11tosos e certo. do custo de tct:s mil contos na quela é poca. 1s esse vueta I oi A n télmo ' Lemos. !Jura nte a noite as r uas d e Belém pod iam ser fraca- 1nen te du111inadas ,nas us praçru, ern,n verdadeiran1ente feéricas. Por essas 'avenidas cotossais, sombrias, IJelas, melancólicas, únicas em todo o t:srosil, parece as vezes. que pnJra uma sombra errante, corno nun'le lutt!Ja-v da cidaoe das rnangue1ras. ~ s~a soulllrn e O 0 111,:1 cte Anlunio Le1nos, vagando pela urbs, que ê le sobretudo arnnva . .bekm esta puro a sun memória com uma divida imensa ... IV Quamlo udolcsccnlc, Uve ocnslão de tratar pessélalmente com êsse ilustre varüo . J,,ra cu t!ll1prcgad o do Bazar Liquidador, e como pretendesse p ublicar um Jorunl 1u.e:rar1o, pedi tunn ;1.u<.11~ncht ~to Sc_naaor, naqut:He t.en1po, on~potente . J.1.ccer.:..1 respo5la u.11rmHt1,;a, ,narcaudo n v1s1tu p~ra as ? horai:i da noite. . l!.: i tu então u pitor~zco e 1nodes t:i vivenda, tduas puxaaas com comun1- cnç6.o ~nue LI/ à Avemda u ·entll Hlttencourt, quase concron te à VUa AII1azõ– n1t, - repleta ae quadrv3 eswtuetus e mais ObJetos de arte . Algumas protes· ~ura5 JJ1T• c1ut,s&Jni.1v e e!ip'erav&1n a vez ._ ··<..,:acau ·....apanga de con11ança, 1ntro~ t.h.,21U~tLe ut~ "' vararnlu, ,nvotnadcl e1n torma de gabinete. _ ~ A.li , ..'llé-n, de tcn ac-otns e ,nó\ eb com espelhos finamente acaoaaos, uma cousa o o~ervat' . n'uinri estante, a único, se v iam ini lJeiradoS, ricamente enco- u ... rnado:; livro~ de pr1-1ndP tormato. . M~s eru 111 vár ios exempl~res de uma_ mesma obra: " O Alm irante _dos mares oricntnis·•, de Joaquim Leilão, rcspeu dos, como se. foss_em ,u1pa. ed1ç~o apre,mdida . Concluí disso, que o S enador apesar da sua_ fma 111tehgenc1a, nao era um intelectu:il, por não se achar rodeado de bons livros . Veio d a,, talvez. o seu I1m desast;OS?- Quando foi en trando, Sua Excelenc1a, todo de branco, exclamou alto, n um gesto jovial : - Oh ! Bnz:ir Liqu idador ! Que pre tenderá o meu amigo? ! ... E tive oportunidade de v(•-lo d e perto. O homem mais temido no Pará, e personae1::m mai~ discutido. M••smo e1n outros Estados veiculava-se o eom.en .· --'=-""

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