Revista da Academia Paraense de Letras 1952

68 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSI!: DE LETRAS mãos para a c,;msecução dos seu~ objetivos ,ntelecluals. E que dai sprjam, cadn vez mais numerosos, os livros ilustr:idos... A se,;uir. aduz: "um:i ilustração bem feita é complemento lógico de um escritor Inteligente. Aliás, há muitos séculos 11 pedagogia comp_rcendcu perfeitamente a intima conexii~ que exis te entre ar; dua, acuidades visuais. que se comple tam pela acuidade nud1llvn (que seria o ealio ct.1 pa hwra faladn e da música>: Não r outro o furldamcnto rio cham:,<10 metodo intui– tivo. tão largamente emprci:ado no ensino. n que nií" são a lheios o, desenho~. as projeções J11n1inosns. ns filnc;: cduC'ativa~. :is dcinon!-.lr,u:õcs anntôn,icos, ele." -- "E nn lllC'r;itura ?.. - "Também nela de h:í muito se compreendeu esta verdade. Os il11mmlsf;,s d 't Jdade Média não deixam de ser os precursore, dos ilustradores dos nossos dias. E fica-se muitas vez-?s a Pensar se muit~s obras dnqueles tempos te– riam pe rmanecido se niio fosse as fluminura5 que as cfeitam e exoheam. Ainda hQJe os missais são obra'! de ilu~trac5o a rtística di<?na de reparo. Nem seria pre– ciso relembra r as magnificas coisas que Dor~ dt ixou nas suce,;sivas edic;õe da " Divina Comedia" e as esplendidas vinhetas em madeira, segundo os d esenhos de G. Staal, gravadas por P a nnemacker. Mouard. Midderlch e outrog para ns edl– ções do "D. Quixote". .t,;u, por mim, acho que uma ilustração dil vida, dá força ,dá e ntus iasmo ao espirito do leitor. Nunca me sairá da memória. viva eu os anos que viver, aquela cênn que. r epresentando o oe rlgo do vicio da embriaguez. se acha inser to no "Scqundo Livro de Leitura". de Felisberto de Carvalho precioso livro que tanta snudade me traz dn minha infância. • Na quadrinha à página 86. da referida ohra. vê-se um menino a temorizndo com a presença do diabo, à s ua frente. Entiio lhe di;t o rei dos in(ernos : - "Tu vais morrer : entretanto, posso orolongar a tua existência, só poróm com uma das três seguintes condições : - Mata teu pai, e.sbordôa tua irmii, ou entrega-te ao vicio da embriaguez". - Como?! Matar meu pai? Isso não farei nunca I Seria preciso desconhecer quanto lhe devo ! "Então, espanca tua Irmã". -" Ela. Ela que me Ama de todo o coraciío, <111e é nnrn mim tão carinho~,,. e a quem estimo multo mais que n própria vidn ! Não I Nfto o farei tambt-m I" - "Logo : - ou morres, ou faze-te bcbacto". O moço empalideceu e hesitou. ""'1orrcr ncn~nva rlc. morrer quando ape– nas começo a viver ... Pois bem. disse ~le ao'demônio, deixa-me viver e cu me entregarei ao vicio da embriaguez ! ... " Ass im fez o pobre moço ; mas, es tando cmbriar:ado, deu pancada cm sua irmã e motou seu pnl. Foi p c,r uma reporta~em de .Encicln. puhlicadn no número 23, do "Jornal d e Le tras", que tive conhecimento de Wols armr>lr pintor nlemão. louco na sua arte e tias idclos, qur fni llustrnd"r dos livrns etc Snr tre Oiz Eneidn : "Ninl!uén1 m:,is li"ntlo no, CJ<istt•nci:ilisfas rio que c'le "Visa– <'rs" e "Nourriture" de Snrtre trazem pontns sccns de \Vols·: ilustrou ainda "Na,: turr>ll<'S" d e Renl Solicr "Baleine Vlllc" de c .,mile Brvcn, "Le Berger d'Escosse de Jean Paulham, "Lc Thcatre de Serapin'' de Antol'lin Artaud, "L'lfnvif(, dcs Morts" de Karka. etc.. etc.. i: J?randc ,, lista" No ll~ro "As Fábulas. de Lp F'ontaine", ilustrarhs por Doré, a ,l?ente náo sabe que ma15 admirar : se II belc7FJ do pensamento do fabulista .1 a sepurnnc;a da concepcão do ilustrador. Não deixa d<' constituir uma preciosidade o llno "As Pupilos do Senh or Reitor". de Júlio Olniz, ilus trada po1· Rooue C',omeiro E que ctirl'mos de "Dom Quixote dr t.n Mnnch:i", <me há pouco tempo a Editora .Jos(• Ollmpio anunciou ,; lancmn<'nto, em l'inco volumes. i!ustrado_s J?0r Dor(, ? E de outras nbra~ de igual porte j,i con~ní'radns prla admlrnçno de, puhhco l<'rlor. tendo as ilustrações como ponto' alfo nr nccitnçlín? E as llusfrn,;11,.s sôbre os costume~ do rrn. sndo. rlo Brasil colonial, de De– bret e rlc R1111cnd;,s ? No setor do ensino, ningullm dcs<'onhece a vantagem ouc, numn ohra ilu5- trada, há paro o a luno e para o professor . Quer n Ca_rta de A B C. que r o livro que PXponha cm ,r.u lrxto o m1ur; profundo conhecimento humano. par;i mi1t1 têm o tri plo valor. rnso S!JaS pág~ n.is apresentem fotogrofias. aspectos, llu.straçõcs, de •ic6rdo com a nnturcza do_!c,m~ versado. Em verdade niio se POdr conceher por '"""lllplo u111n ohrn sôhre o estudo da medicino, núo lnse1·i11clo a lnl'smn cstnmp.1~ oh• l\,1s io rncamfnha11wnto, ;) l'Oll\ prn\·uc11o <la mntérla Pxposta Por tudo 1!,to e por tudo mal! que ~e poss:i t'!Scren:•r J0bre o aqRunto, sou ln• tearohnente pelo livro ilustrado

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