Revista da Academia Paraense de Letras 1952

• 66 REVISTA DA AOADEMIA PARAENSE DE LETRAS Mas não me tranquilizo .de todo, porque vejo que a metade de minha gera– ção está despirit ualizada. Não que lhe falte possibilidades inter iores. Posso mes– mo dizer que e la tem vocação para a espiritualidade ! O que lhe falta é fôrça , é coragem para lutar contra as imposições históricas materialistas. contra êsse agnoticismo que o espírito do Renascimento nos legou e a Revolução Francesa nos distribuiu. . . · Ela vê como Francisco Paulo Mendes que "o problema do nosso tempo é, portanto, antes de tudo, um problemo moral; da dignidade e do respeito à pessõa, que se afirma pela e:dsténcia da li berdade". A m in ha geração vê tudo isso, mas ainda não compreendeu o Cristianismo, e nem que a posição éristã pura·• de J acques Maritain encerra " felicidade dos homens. exaltando o Amor, que ê a finalidade humana e lançando ao mundo a didatura da paz, que é a democracia da Vida !... Senhores! A vossa tolerancie simpática, vai permitir que neste momento cu me dirija à minha mãe, c uja presença nesta festa de corações paro corações é a minha pró– pria felicidade !... Minha mãe: Eu sei que n ão te admir as do qualificativo socialmente vaidoso de "imor– tal", sej m esmo que tu o aprovas com a naturaliclnde materna. porque desde aque– la madrugada d e lua r cio meu nascimento, que cu me imortalizei para a tua Es- perança!... . E agora. pensando que não sei quantas lágrimas já choraste por mim. n a9 noites do passado, e nem quantas lágr imas ainda irás c horar, por mim. nas noites do futuro, quero que· aceites como fragiL recompensa do teu sagrado sacrifício de ser mãe, o meu sorriso cristão desta tarde de •ctembro ! . ..

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