Revista da Academia Paraense de Letras 1952
64 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Recordemos agora o "Albwn de Retratos" : -Êste é o retrato da priminha Stela. . . Aquela primazinha Que o senhor conheceu ... -Lembro bem ; mas o que é feito dela ? -A Stela, coitadinha ! Pois não sabe ? ! m orreu .. Olha mamã quando c,ra moe;;, ainda : Que ros to delicado ! Me u Deus ; como a beleza se, evapora ! - Tcn1 razão. ten1 razão ; e ra bein linda . .. Não se perdeu a formos ura infinda ... - Por que ? -Por tê-la herdado A filha encantadora . -Ag radecida; pois acaso pensa Que creio no que diz ? -Niio é li!,,Onja, a formosura imern;a Que espalha no seu rosto êsse matiz ne candura louçã , É a mesma peleza deslumb rante, A altivez elegante Do rosto da marr.ã. -Ora !.. . Vamos ;idiante. EStes· retrátos . . . - Que tipos caricatos ! -Não d iga tal ! são de cÍÔis bons amigos, Conhecidos antigos Do pa pá; Agora vou mostrar-lhe uma menina A q11em um poeta j:i chamou divina Eis a q ui a Ia1á -Realme nte ! Que g raça ... que sorriso . Mas ah ! Min ha senhora ! l!:ntend o que não há no P a..aiso G raça mais sc-dutora. Com certeza não há. Mais di\'inal essência 1... - Que o riso de Iaiá ? - Que o de vossa cxceléncín -Que Jinsonjeiro o senhor é I Conhece Es ta m enina feia - Feia. minha senhora ? Niio parece J': muito linda, cr eia . .Julgo-a mc,smo lindíssima, Se vos,;ência permite o julgamento, Que inocente recato ! Que belas t ranças ! Que e x pressão feliz. - Pois êste é o meu re t rato. Inda tirado cm tempos infa n t is . Que faz O Beija-o ? ~ muito atre vimento ! - P erdã o! Toquei as tranças .. . f: . . . para se r-lhe f ra nco, exce lenti~sjpa , E·1 .. osto muito d e be ija r c ria nçr,s. y fnll1no. csp•Jn t;inco e , corn intuito eJo,qioso. podcrin111os clr1~sd1car dr poesia don,é~t1 c-::i Cs·-.c pc~n,~. :i,; i:wtcc. d e fin~lizar estas palavras sóbre Frederico Uho,;sard. não posso om1t1r aqu!'I<' sone to dolo roso escrito e m 7 de outuhro d!' IR02 que. para os e,p,– ritual!stas q ue amam, é como uma profissão ele fé universal, sendo por •~so uma das nlclhorcs pnc! ins da liter:itura paraense. ' "DA TERRA AO Cf:U" N cm1 m::iis o céu quis ver desde que v im teus esp!ondor~~. e, be leza rara Quc possui5, que d"slumbra e· que me inspira Cantos que o próprio céu não me .inspirara.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0