Revista da Academia Paraense de Letras 1952
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS GJ DISCURSO DE POSSE OE JURANDIR BEZERRA Eleito pa ra n. cadeira "Frcélerlco Rhossard'', n . 16, em 5 de JllalO d e 1916. ª"' J 8 , nos de it 1·1t1e, J ur;,.ndlr Bezerra tomou posse a 13 de setembro d e 1917, sen do considerado o m a is novo dos 'imor– t:>.is'' brnsllc!ros. N~ ocasifio de sun posse ~ole ne. proferiu o seguinte discurso : Eu cre io que nno· é preciso justificar os sonhos d, mocidade : o meu ing r esso na Academia Pnn,ensc ele Létras foi u1n desses sonhos. iVIr1s o :neu coraçã<> quer d izer-vos - Muito obrigado. E o diz cm nome da p.c raçilo a que pertenço; g eração q ue a <:llba d ~ r e.cebcr a comunhão da mo cidade e que se estã preparando para uma g rande bata lha inte lectual que cu entrevejo nmu futuro que não es tá muito longe . . Eu agradeço em nome de uma geração que cu ten ho a esperança de ver. n ão fugindo de uma vida sem. cncnnt_rar outr~ vjdâ. seguindo os passos do– lorosos de Schopenhauer, mas, sim, a brmdo e~n11nhos, sem desfalecimentos, sem temores. sem d úvidas, para a compreensão e c::msequcn te r :ê!llização da felicida de de todós os povos ! Porque. senhores. o homem ~ó tem um proble:n a na vida. - !':-perdoai o lirismo - o ,grande problema da Felicidade ! . .. Senhcrns ! . Eu lenho um dever a cumprir com a tradição d es ta casa. após o que estarei liv re para vos dizer d a minha atitude perante ~ minha geração. A tradição me pede. ou melhor, a trad1ça o me ordena que e u estude a ;:,er– son alidade de Frederico Rhossard e de .P aula Barros, aquele patr ono da cadeira que ocupo nesta Academia e és te meu antecessor. Antes. desejo repetir umá coisa muito conhecida - o habito, conquanto possa ser .dominado, é, psicolog i~ementc um f~tor d omina nte, e eu confesso que tenho o hahito de gostar de poesia . .. Esta_ razao me impele a enxer gar ape nas _as rnani{cs tações poéticas dos cscritJ res que sao assuntos principais de minha oraçao. PAULA BARROS O Dr. Carlos Marinho de P a ula Barros, membro do Ins tituto His tórico e Geográfico do Par.i e atualme nte. membro. ho_norário desta Academia. estodou no Colégio Militar e na Fac uldade Livre de D.lr e, to.do RiQ de Janeiro. Na impossibilidade de fazer uma bwgr af1a d e meu antecessor. transcr e vo e ~ta pcque n:, nota hlogrôflca: - " P aula Barros . . . É descendente dirélo da tra· dicional famlUa cio~ Pnul;i Ba r ros. do Cc,irá . d e pendor a rtístico reconhecido e dos Marinhos, d e óbidos. cio Pará, perten centes à fid alga casa dos Ma rinhos d e Portu– gal, e de d. Urs ula, índia Tupinambã de q uem he rclou certamente o indianismo de n1uitos de seus poc1nas.'' . . . . . . Esta ,·11tim;i oh~ervac;ão, alws mu1t.o or1g111al, seria assunto para um estudo, n1il"" nho /- nc,ul C:ll.lC dovo ,mr reoli t.ndo. 11 Poct n e p rn.i:,1<] 0 1 . e~t'reveu ··Muir.,qullbtUi''. 11 Co1ond:'lrio" ''l ornpot'nnr.n . "Tco(ro Escolnr'\ ""Reflorir", "Nota:, dt: E.t,lõlle,u .~•·t•ha.!11ihR'' e R:c; v'e r~õP~ e- Rth , µ bt– C/)P/i hfll/\llflJrn~ 4,, •·o 0 11;1rnnl" e ele "O F.scravo , Paula Barros é também pintor e escultor. , 1 Jl;m 1013 r>uhlioo" o poema "Loiiuna•·. que C11z µtu•[c ele ~eu lil'l'O ' Logc11t u cio ( a (Hlhl• l'tlf\ cnntn nessa poc!tlu ., l1·u\(,flll, hh,t6 , k1t hr11,..llt•hu ,.,,. 1,u f!,t1 11H. 11111 c1,.,.~ Jatos da Gucl'!'U PUl'O!lll'llll (Ili• n,uito ~mhor;i li ali tudo hcrúk.,, \ ul o ·110 1 """ ' '""" em rav.or d o pacifismo. ·porqu~ o pntrl~tl~mu. llUCJIIAIP:• 11!rn111'1_1fob doluro~q~ rpl<' r,J h 1·n•.ii l("l1t·r,~ pn1,mrnn, no intcnor da P:.1trrn e - perdoai a s1ncerJdadc - ape nas i:i11rit r nt,u\n J••·lu vlc::f h ~<•rt•n n cio hn ndcll';, C' pelo bt1.rulho dos tainborcs ?.. . Paula H nrro:1 r ~rnrd,, i-s:;e:; ln~1uutc:, e 1-u rn~1Rnn, " A frente olh~r febril, olhar lt1(1ucrlto ele nn· oln, 1:11, h11~c-n' da espera nça de u111a l•.strnd_11, U t11u ,·ln,•r,l1" v1 ulc-, 11n1 pn\ 11 :0 p T;) bivaque. A ÍJ'(int,,, e, G\llfl Lope :,, t.lc c:1lH:br'hclh. t1r1n q iwhr:,rl., Pára. interroga adlnlllC, ijQIHIII o hor1zon1r en, v o ltR, Bnixn de novo a Jronte. aperta, o pass<_J e M:.~Uc Que• ,dnd n ,-.,;tb n, 11i10 lon,re - .onge N 1o;ic . /,h ! Quelll 11 1'111 1::1111l11!1nr clins n l lo, 1101,.,~ h,ll'li•;i, . e n t'~cutnr, na qn1.,tudc d a, pnrntl~~. o tristonho n1usir ele bois. t:.,~1ustos e scdeut,'lb, F. 0 gcntldo dos ciies, em uivos ma us de a eourn. · •
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