Revista da Academia Paraense de Letras 1952

:,8 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS da vida no tõrvo mar. A seu timbre mavioso calam n "alma acerbas dores espinhos volvem-se ein flores a um raio de seu olhar ! Oh ! Tú, que és bom. Tú, que és justo, 1,"aze, Deus, que a vida dela deslize plácida e bela bafe jada pelo amor ; .i;; se o des tino lhe g uarda rudes aspe ros caminhos a mim, a mim os espinhos a ela as flores, Senhor. O amor é um sentimento inato n os seres e nas ·coisas, dominador que existe por tõda a parte, que nasceu COpl a vida e perfuma de seus efluvio* a N,tureza . A baunilha que de rrama na selva o vivido olor, casa-se a um tronco ; entretanto ninguem lhe e nsinara o amor. Assim que em ti resumias meu destino e minha vida, ning ue m m e disse, mas vi-te vi-te e amei-te querida 1 E unidos em doce laço por simpática atração cemos um só pe nsamento dois seres num coração 1 A poesia é a forma ritimada das emoções humanas ; ela traduz todos os sentimentos e r evela a a lma do a r tista, na sua sin ceridade. A poesia de Santa Helena Magno é um espelho que reflete tôda a sua vida interior, é a exteriorizaçáo completa d a sua vida pslquica. O poeta fecha os olhos para a vida, e abr e a a lma para os grandes sonhos. A vida, para êle não é um e ncanto, porque a vé Cheia de miserias e de angustias, e teme qué a sua eleita sofr a o mal que a vida espatha entr e os homens. u seu c uidado é alertá-la contra as insidias, do m undo. Sua tristeza não é um mal, porque é s incera e produto de seu temperamento, o resultado do estad o de sua alma sofredora e insatisfeita, e o pressentimento de que a vida será b reve como a felicidade. É que eu penso que a vida é sonho breve, floco de espuma que sacode a vaga e o meu amor é sêde inexting uivel que um século não apaga ! Sabes agora ? F o i por ti, meu anjo, que deslizára a lágrima que viste; se o meu amor como o oceano, é grande também como éle é triste 1 .. . Não ficou o nosso poeta indiferente aos p1'ohlemas sociais do Brasil de sua época. A quando do advento da lei do ventre livre, é le produziu veemente poesia contrit a e scraVldiio , pe1·guntando : AI.é quando, Senhor. o sol do Nosso Mund o Ha de as cenas dourar da triste escravidão, e o m isero cativo em soluçar profundo os céus ha de ferir com lõrva maldição ? E profetiza o di,i vindouro do 13 de Maio : Não ! De u s há de sansir da face do Universo a impia instituição que avilta a humanidade ; esperai raça proscrita, é livre agora o berço; o sol h a de raiar da plena liberdode . c,,m o Guerr a J unqueirn também se ocupou da seca do Cear á em 1878, em formoEos versos, em nada inferiores nos do grande poeta português.

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