Revista da Academia Paraense de Letras 1952

,, ,REVISTA DA ACADEMIA QUOTI Não couste suficiente a preocupada atitude de di e auscncia, cm paralelas e Inconcebivel o consolo da prenda rica e e da pousada de ouro, a~ua e Jamais a máscara do riso 11,, face que entre espelhos e estrelas se deforma na origem desta angustia. Nem as v iagens de JHHlras sôhre pedras, pelas noites sem nada. Alguém soluça triste nos m eus olhos. Fica quieto e escuta: és tu, sou cu? Estou t:.ío p erto de ti, tão tu, tão tna, que não me reconheço mais, amõr. Mas por que ent.ãó chorar o pra nto que já foi canto que cu cantei pra ti? Alguém soluça. Escu ta, que eu não posso. Se não sou eu, se não és tu, então q ucm é ? Se atrás deste silencio é só saudade vamos partir do exílio que é tão tarde para recom eçar o que não é. SERENATA Faço versos no chão da noite oculta, à sau·da de do amado pelos mares. Os dedos frios e tristes, tocando as flores da madrui;a!la, cantam ao pensamento da renúncia que precede · a lírica le n1brnnç:1 de o utras noites . .. Sobe, cm te rnura, o som libertador c111e falará por todos dêste a useio cm doce frase, sem idade no tempo .. Desta distancia e norme e arbitrária ao amôr e à tranquilidnde cm rui.a para a morte ... No chão quente da n oite faço versos de folhas serenadas. Vai durar esta noite tanto e tanto, eutre espo1J1os e estrelas, que enfraqueço à saudade do amado que pe rrlura ... Vaj durar esta noite. Estranho hrilho iluminar:i a face <la terra . Estranho espelho embelezará 111inl1a fácc. CLASSICO Assitn seria1n os sons do céu se um dia fossem ouvidos e cantados. nccl:i jamais 5ubirlan, .,!> asas desta. saudade sc1u 1notivo, em busca de outros cantos. Sóbre nuvci1s, sõbre 1>IUD1as, repousaria o espírito c.·u1saclo e Irreconllecido. Nem uma boca de rosa se moveria pa ra uma acusação pere ntória. A face seria i;rave, mas o caminho crn silencio ... :',leu 11ai viria a m e fala r de Llszt. \.linhas ir111'1s - brnncns e puras- amavam-me à distancia, escrupulosamente. Os versos não serian1 antagi,nicos nem trnrlnm o ch eiro corrn1 to rins tradições. Sob êstes sons, sonho e executo. Ji: não tenho medo da morte. 1 1

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