Revista da Academia Paraense de Letras 1952

REVISTA DA ACADE?vllA PARAENSE DE LETRAS 31 Um soluço irre primível s,lfoca a resposta que ela quel' dar. Candunga percebe-lhe este gemido : -Não posso sê sua, nãrJ. . . Não posso.. . Sei Deus terá pena de mim ! Não posso não. . . não posso ! . . . • A mudez da mala em pf;o rlesce misteriosn s6bre êl::s deis. Candunga compreende a recusa de Assunção. E aconchegando-a ao peito !prte. segreda-lhe com fJrmeza · -Se importe não... Eu lhe quero bem. . . Cê náo tem curpa de nada ... Chore mais não ... Acontecera o inevitável antes do encontro com a familla de Gonzaga. Nem E!.~. própria poderia de~crever c01no sucedera. Não havia ~e oferecido, cQ1110 tan– tas fazem. Recordava-se. vagam.ente, que ao pernoitarem em certo pouso, à beira da estrada, ful!indo aos azares da sêca. um J10mem a chamara para o oitão da casa e lhe entregara um caçu:i bem sortido. O avó i;í \'inha tropcgando de fra– queza. Ela sentia uma fome de lhe roe r o estomai;o. O ca'Jra puxou-a pelo braço e foi dizendo : - "Não grila. não grita. senão e u expulso voccs daqui e os urubus comem teu pai'' ... E la sentira um desfalecimento. uma tontura. .ficarn como assomhrada. Qui– sera resistir. defender-se. Mas estava tão fraca. Tentara morder ;, cara barbada do homem. Depois não soubera de mnis nada . .. (Capitulo·do romance inédito "Candunga"l • \ 1

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