Revista da Academia Paraense de Letras 1952
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS DESERTO Deserto ! Mar de areias, infinito, que em pom11as tem no rubro cha1nejante o esbraseado esplendor de um ceu arllto e as paisageus sn.ngrentas do L evante. Um deserto desfia, a todo instante, aos me us olhos de nômade e preclto, como, exaustas, na e strada crc{Jita.nte, as caravanas cruzam pelo Egit-0. De um sol que a bras:i a terr:t, e que se espalma ... no :irenl, a sangr!lr 1n3is igneo e medonho trago os paineis vermelhos dentro d'almn. E :10 queimar da canícula purpurea, os deserto, d:1 Arabl:1 ardem em furla, nas miragens de fôgo do m&u Sonho! DROMEDARJOS Ba11bados pelo sol do Sa:ira ardente, em len~:i procissão, os dromedilrios trazem vi vos nos olhos os cená rios dos de, erlOs d:i Líbia, :, luz morrente. Nas )>Upilas cintilam, dulllarnente, oásis na solidão Imaginá rios, e entre as dunas da Ar:ibla, solitá rios, deixam rastros de dór na :irela quente. E quando nos seus olhos maJs se ade nsam :is tniragens de brasa., a noite, calmu, nor.rn ê sllente, cru cotno um:i be nção . E n o Incêndio que lavra em suas velas, os dromedários trazem deutro d'alma a :imargura Infinita das areias. ALMA DE BEDUINO ,. soalheira fervente, a rnlnba caravana, pelo cltiserto nil, glorioso, e u conduzia ; e, de joelhos no areal, n:i cren ça em que fremia, qunnt1s vezes c u fiz a J)rece muc;ulmaun. Bedulno triste e obscuro, em m eu anseio, eu via a s mlrAgens ardendo ; c u caminhava li Insana v loh.-ncia t.lo sln1un1. e, rustlco, n.s:sb'tln JU('U c:unclo sutcnndo n nrei!l tlesumn.na . Minha clf1111idc soltn ao vento, longe ou perto, de um clwic111c as emoções no peito n ente rnece-las buscava. :10 sol llo'\til, n1en ot,sis no dP"erlo. ' E, cm perrgrlnarões. entre il rabcs, errante, corria por trn7er, com ori:ulho no semblante a nreln sob os pl•s e os olhos nas estrelll!l. ' 25 1
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