Revista da Academia Paraense de Letras 1952

i REVI.STA DA ACADEMIA PARAENSE DÉ LE'I'RAS 23 ca zes" de longe, pelo ruido do motor e que a corria m para vê-l a d eslizar garbosa , tôda bran quinha , enfeitada com a flâmula paraense que os s u rpr esava. Chegámos à linha do "Equa dor", Isto "• ao cabo que a tra vessa va o rio, g uiando as ba l:;as do Pêgo e que tantas ve zes serviu-me par a assombr ar os visi– tantes desavisados, aos qua is indaga va se j á havia m visto a imaginá ria linha e a mostr a va , d e bem longe ainda, por um õculo. Era de rir qua ndo, no primeiro momento de perplexida d e , ba ixa vam as lentes e deix avam ver os olhos prola – bados em méutip10s pontos de interroga ção .. . Mais tarde, antes de construida a ponte, outras balsas, estas novas motorizadas. cruza ram o Rio Doce, entre Goi– cucazes e Ltnhai·es, a trnn sport.llr os veículos trafega ndo na rodovia de Vitória a São Mateus. Ultrapassado o P êgo, a paisagem modificou-se um po uco, a mata recuou un1 tantinho, de ix ando en1erg ir do seio do rio, diversas ilhas que, com seu solo d e rocnas cristalinas, assemclb >1vam-se n gig,rntcscos su bmarmos o u a gran d es ba lelas, tomando ba nho d e sol A tona dágua . i,; as bordas dessas Ilhas pont!Jl1a – ram-se de la vadeiras que cruita vam, a bater as roupas que lavavam . O q u e can– tavam, eu não podia perceber, mas certamente a toada na o era a mesma q ue j á escutara, mad rugada alta, dos ca r voeiros pernambucanos ou d as m ondarisi ita– lianas, em p lena Piazza Ca vour. Naque la radiosa ma nhã b ras i.leira, n inguém cuutarltl "C,s l:larqueiros do Vol~a" e II b nrmonla que Irrompia clarnmen te denuo em mim, u·ans ,nitida pe lo subconsciente, e ra e ne m pode ria deixar d e ser "0 u anubio A zu1 · . Quando avls t1imos o põrLO dn serrnrln de Ba rbndos. à primeira parada, ao seg uir de Colalina pa ra Vi toria, meio-dia j á se f ôra .. P edi " tôda fôrça" ao motor e poucos m1nuios uu.LtS, aci ron t.avarnos o a1.n1eJaao por to. O tiren1 10. ~s– ta va. Es queci ás la vadeiras e o "Danubio Az ul" , p r onto a a bordar e disparar peJa serruru1. Seu i..,1un el, ligeiro. g iro u as 1nuluguett\s A sinistra, os gua larop~s rangeram e a lancha g uinou no sentido da ponte . Mas, dessa feita, ba ldados 1v,·un1 uossos e:uõrços. pois o 1.ren1 lnrgou, s ilvando zombete1rnme1u.e, nntes cte at1ng1r1nos a n1eta. .i,; bem rauo tluhtl parn zomba r, porqun11t-0 sua partida r edunda va em urna perda de vinte qua tro horas, a n,e nos q ue me e nseJaS!:ie o utra condução, o q ue ~eria ouro sobre aY.ul, vis to co1no proporcionar-1ne-1a a tind1ssi.ma descida a a serra. 'Nao tive esse cons olo enLreta nco e o Je ito que hou ve foi hosp edar-me n o hotel da O . Adêlia , que nao era o melhor da cidade. Mas , que fazer, o o utro estava cneio e era111 so dois ! ... . Colauna, Ja uma das p1·i111c ir as cidades do Espírito San to, tinhu s ua r ua principal percornda pela llnb a dupla da J.Jiamantina , que se estendia entre fila, , ..u: casas r.:01ne rc1a1s 11nporta n tes e, na ocasiao. servia de ponto de atmõço para os auis u·t:ns 0 1ano.s, o que vuu1a de lvunas e o que para lâ ia. l,;Omo Linhares, a cidade tambe m possuía os seus Calmons, dos quais dh,Ung utA-:,t:! v .LJJ· . At?nocr;ites, colega de iurm a do nosso A lc1des Gentil, se não 1,1c tH1~tu10 . e dos naus prçs tig10s0s e iutehgentes chefes po lictcos ao :h:s1,auu . uutro · ~nl ó .1--reteito , o Coronel v 1rg inio, a . respeito de q uem se re .Cer1a1n todas a~ 111e3tuas ant:!dOtas aqui atribwdas a urn velho paraense e mais a1gu.n1as novas . .Narrava -se, por exemplo. que a a dnumstr açao do 111unic1pio t!r a pan ilna - da pt!IO~ dois, se ndo que ao Dr . .X:enõcra tes cabia o dizer "sim". Quando LLm postulante d e via le var o " con tra•·, o Coronel despachava-o : - Jsso é com o Xenoque . .. - Mas, Coronel, o D r. Xenócra tes disse q ue ê com o senhor. . . - Ah 1 .l!.:n tiio ú mcsn10 . .. Mas . .. Não pode ser . .. P a ra us pa racnses que por lá surg issem , a cid a de guar dava uma a itrada vel surprcsu., porquant.o doh; de seus h nbltantes era.in nossos conterrúneos ~ o m,au1 cuu o&:u ~ que ntnbos ch11111avnn1-se Pedro . Um aeles pos:;uua be u1 1ornec!da rner– <..tan .'.l t: o o utro e.ra o Vr . P edro Gus1não, advog"ado no ioro Jocal, de pois de te r .,u,to p1•ui,1utur µubJico . _ J"\hu~. nao eron1 eles os ünicos p araenses no Esplrito Santo, pois, nessa ocas wo, rt:s1d1:11n t!lll Vito ria, o lJr. A ugusto Freire J:Sarata, o C.:api tão Camargo l! .nt1 1uuuc1.:11c~ Mt;?ndes Barre to, c 111 Sãó Mate us, Ag uinaldo Gunnu1nb.v da S ilva e st~ u tt:s111(,) t:n1 Goi tacazcs, j a e ncontre i Walde:m ar Mt!-ndes l:3at'l'e to . Uu Pl'iruel r:.1 v~z que passtH por Colnt.loa, 1ique1 verdadelrü.n1ente es"upe – fato qua1lUO, estaudo en 1 visita ao J u1:l. de Direito, ouvi chn111are111-1ne pelo no- 1"~ \! ~tln...tu 1n:.11i:; porque u pesson que vu• procuru.vu , o D1·. uusnJuo, n úo n1t! co - 11n ec:ia e neln Ult! e ra conhe cida. A ""IJllcoçiio q u e de u, e ntre ta nto, esc lareceu t udo : - Ao passar na estação, v i tra ns porta re m uma l>og ogem que cheira va a cab?clo d!t A1nuzõnlu e lendo as etlque Lns, os meus botões me uisserum qw, C;ou– d ui u su ex is te 110 minha te rra . FLLi ao, hotéis e soube q ue estavas aqut. (Do livro em prepal'O - MR STIEGLER)

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0