Revista da Academia Paraense de Letras 1952

20 REVISTA DA ACADEMIA PAUAENSE DE LETRAS Tôda a tragédlR :cmorosa que fPrm<'nL" nns P~<:lnns do FAUSTO Vl'm rfa lrnaglnnção de Goethe ou de uma cxpcrll\ncla ncssoal ? ~sse m átrlco lnclcclr,o "' êssc demõnlo resoluto que êle põe cm lôgo slrrnlflcnm algo mais do que um,i crla– ciío llterârln ? Sem dúvida que sim: Pode-se dizer que no verso e reverso da me– dalha estão as duas almas ele Goethe : de 11m l8d0. o burguês rec,-,tndo e respei– toso que éle era clÍPlo de orcconccltns e trndlcõcs · de casta. crédulo e temcn t e. lncllnado às sugéstões dn t?lórla, do saber e da fortu.na : de outro Indo, o csnirlto livro e desordenado, amante da aventura e do sonho. husrnndo nns mulheres. vo– lúvel e travesso, o enr::anto de cnda hora. A presença de Meflstófeles na nrno elo poPmn responrle por uma vo;,: :;ecrrta. que lhe estlmulnvn as emoções fugldlns: e a lndumen tflrla com que n npresen h1 t ractuz a sua ldent lflcnçiio com a figura ele DON JUAN, nn qunl en contrnvn cer tos pontos de contacto. Muitos nomes de mulheres se lnsrrevem na vldn ronrnnesrn de Gorthe. Co– mecemou por essa terna e Ingênua T-'rederlca Flrlcn. filha do pastor do Sescnhclm, que é o seu nmor cios vin te anos: depois. n rordinl rnparlga da posada ele Lelpzirt. Katchen Schonkopf. da qunl não teria ganho nwls qn!' um sorriso. mns suficiente para dcl>:ar-lhe no espírito um~ rccordaçiío lnnon~á,el : n scgulr, Strnnna cl!' Klc-t– tenberg, de mfstlcn lnfluênc\p sôbrc o seu esplrl!n. rom , quRI teria a prPndldo certa disciplina rellglo~a e filosófica, cln seltn de. Herrenhut, mais adiante, ennmo– racto ele Lotte Buff. esquece qu~ ;,ln ~ nolvn ele 1tru ninl-ro Kestlner e lanr.a-sc no trnbalho de conqulstã-ln pnrn si e pn.ro ns.s11nlo ele seu romance "Wer th er". Com o corr<'r elo tampo. somn1:1-sc a es~• ,r.,lerh :1s lmogens ele Lili Schonr– mam, Car lota von Steln , Mnrlnnne von Wllkmer. cujos reminiscências p•ssnn1n a animar as figuras ele suns obrr.s. e a viver n vicia dr srus livros. Tendo conhecido o amor cm tôclas as escalas. rias belas arlst ocr~tas às mo– destas donzelas de serviço: mulheres ele todos 05 t.opes, desde n sorridente hospr– delra de Leipzig ::ité a requlntnela lnrn~em que lhe Inspirou o reLrato ele Snlelka : havendo desfrutado o talento musical, a culturn filosófica, a lnJluênclP. rclie lnsn elas criaturas que cnrontrou no seu caminho, Goethe tlnba, entreln uto. um frnco pclns mulheres Ignorantes e Ingênuas . Estas somam a maior par:" de suas con– quistas e explicam em sun vld., a clemprncla presença de Crlstl'l!l Vul plus, com ~ q~ial teve uma llgaçiio ele vinte a.nos, llr,n,iio ct-~a que terminou no mnt.rl mónlo. fosse em agradecimento por lhe haver certa vez salvRdo a viela on - o qur é mais provável - por nquêle r~oulslto espcclr.1 qne ·nela cncoutrnvn o seu amwo Wlrland, de ser apenas uma pe1fell:!> "femme ele chnmbre". "' Essa tenctêncin pelas burgtiesltns lni::.;nuas e estúpidas êle Lrnn:;m1liu ao oeu próprio FAUSTO. Com tôda a vastidão ele seu tempernmento. criou a (Jgur~ hv•x– pericnte e cr~eluln que clescncacleia a paixão elo sal.blo, transformnncto-n nn mala dramático amor de todos os lempos : "STRASSE FAUST - Margarlctn voruber gcnhend : FAUST - Meln schones Frauleln. darf ich wa~cn, Melnen Arm und Gelclt Ihr Hnzut,mf(en ? MARGARETE - Benn weder J"rauleln , weclcr schon. Knnn ungeleltet nach Hause !!ehn. (Sle mach t slch los unct u b l. FAUST - Behn Hhnmcl, dlsses Klnd ist schnn? So ctwos h ab '!eh nic gesPhn Sle 1st ao sltt - unct tur.cncirPlch. Der Llppe Rot, der Wange Llcht? Dle Tage der Welt V<'rgess lch's nlcht Wle sle ctlc Augen nleclerschlngt ' Hat tlef slch ln meln Hcrz gcp~agt ; Wlc sle kur;,: angcb11n<.1en wnr. • Dns 1st nuu zum ent14ucken gar" 1 Ah I n segrédo elas nflnlclrdes clettvM • EM, dl G 'qtabelecc- sua união com Chrlstlna Vulplus.. o compr<'cn " oethc c,uantlo vida a mulher mRls d lst nnc!acla ele •·cu cspirlt~scoli~n#~11~'.~ran[!ci•~r,~nhelra dr oua corpo Inteiro. possui. entretanto, o ·~alar ele sn;, 1111\mlrlart<' e rln sqn se<'~ ~~~~" 10 3 Transmitiu-se n êlc no que põdc: e délc rl·CebP•t t~mbém a fór01 111 . P enc1a · sua vldn1 a pnlxão pela Juventude e pel.;, poesia com que ench!'u ooª i~,~ILllvnrtor;, de da cxlstencla. '' mo~ nnos Na casa dos setenta anos, o velho :ronéo rtflorPSC<' ctt. ums prlmnvcra , perada. :f: 0 momento em que n mão trômuln rle Goeth e reacJqulrc um~ no ln~K– meza para compor "A elegia de Ma rlPnbad'º e eclrhrnr o sc11 encontro va f r– vessels anos ele Ulrlk von l,,.vet;,;ov. - o nnlvuctn ele cl11ns l'poc;,s ou;º~~ ~~/~· Mealmente sem. cho<',n-se - rcnllznn<io o mlh,Rr<· que 1c-ri11 rc.alliiwo l\n·,t6l; Fnnce se lhe Í'>Sllem cln<los, como desejar.., oa r,n,h-rPs d<' um <l<'mlur~o : lnv~rtcr ES •~sl?<:õcs dn ,no. f~;,nuc1, com q11c, ~ prlnwvrri, fóGsc a \llllma fase u a vlct ' 8 que 011 homens, Imitando o dcauno claa llbélulns. cspcra511em :, vollu do a~or para morru...

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