Revista da Academia Paraense de Letras 1952

.. 136 REVISTA DA ACADEMI A P ARAENSE DE LETRAS e de Intelectuais do Br asi l, em Niteroi, P etrópolis e Campos, no Estado do Rio, certame organizado pela Academia F luminense de Letras, sob os auspl– cios d o Govêrno daquéle Estado. o Congr esso, prosseg uiu o orador. foi org a– nizado par a comemorar os centenál'ios de Fagundes Vart!la e Salvador Men– donça. tendo a Academia Pbrae,1se de Letras nde tomado parte por in termé – dio de Paulo Eleutério Senior e Corrêa Pinto Filho. Declar ou que em dezem– bro de 1953 decorre o centenário de nascimento de Inrli:s de Sousa, patrono da cadeira 20, nascido em 1853, na cidade de óbidos, neste Estado, au tor do romnnce "0 Missionário", publicado en1 .1888. ein Santos, e que rnarcou época e é das tent,nivas do gí:nero naturalista no Brasil dos melhores, senão o melhor. "O Missionário" - acentuou o acadt!mico Georgenor Franco - cuja reediçiio a Academi"a Paraense de Letras deve providenciar , ;, um romance nat uralista, q ue apanha em flag rante a vida rude do norte e tem cenas de rara beleza, como a dos castanheiros, onde há uma descrição q ue ficará 11a nossa literatur a como um dos mais formosos trechos de evocação e descrição. In– glês de Sousa, prosseguiu o orador - foi membro da Acad emia B r asile ira de Letras, onde ocu pava a poltrona. de Ma11oel de Almeida, au tor das "Memórias de um sargento d e milícias", tendo s ido duas vezes pr esidente d o Institut o dos Advogados do Rio e no, Congressos Jurídicos Latino-Americanos debateu tese Impor tan te e muito escreveu sóbre "Títulos ao Portador ", obra notável, que Já ~e pode co11siderar clássica na nossa literatura jurídica, tend o ainda em 1882 publicado o livro •·contos Amazónicos". Diante d o exposto. o a utor d e "Ouro e Lnma" propôs n L'êaliznçüo de un1 Congresso das Academias · de Letras e dos Tntelectuais do Brasil em dezembro de 1953 em Belém, para comemo– rar o centenário de m1scimento -de Il1glês ·de Sousa e para o qual poclerfl ser organizado , o seguihle plano: - J .• Parte - a) - dez memórias ou teses r eservadas a n:J,qtores, designados pela Academia Paraense de Letr as e refe– rentes às atividades pnrnenses co,n repercussão nas letras, artes. economia, etc., do Brasil ; b) trabalhos sõbre a sistematiza ção dos estudos e in vestigações fol– c lóricas e sõbre os d ireitos a u torais. 2.• Parte - a) Vida e obra de Inglês d e Sousa. 3." Parte - Estudos, teses, memórias, etc. sõbre literatura, h istória, crítica iiterória. a r tes, ling uagem, problemas cco,1ômicos, de psicnnalise, llte– ro-muskais e educacionais. e bibliografia. No caso de ser aprovnda a proposta, sugeriu que o Presidente designasse uma co1ni$siio de ci nco o.cadt1n1icos para estudt1rt:m ludo, os assuntos referen tes ao Congresso, apresen tando um rela– tório com sugestões finais dentro do prazo de 60 d ias. Sugeriu a remessa de ofícios à F'ederaç,10 das Acndemias de Letras do Brasil, â Academia Brasileira de Letras e ~ Pre~idf:ncía da República solicitando apóio para o Congr esso e uma ver ba especial de quinhentos mil cruzeiros pifra as despesas. Suaerlu ainda ofícios nos govl:rno; dos Esta dos e Territórios Amm,õnicos, salient ando tier é-sse o primeiro co11gresso de Academias de Letras a reaHzar-se em Be– lém e solicitando auxilio moral e financeiro para o me.sino. Dada a importân– cia do assunto, e o adiantado da hora, ficou a matéria para ser pôsta em dis– cusslio e votação na re un üio extraordinár ia de 15 de agõs to. - Ocu pou, então, a tribuna oficia l do Silogeu o escritor paracnse D1·. Levi H:ill de Moura. que pro11unciou uma brilhante e notável palestro sõbre o tema "Como e quando surgiu a expressão balzaquiana no · B rasil". Durante cérca de uma hora o D,· . Levi Ka U de Moura, q ue é uma elas expr essões màfs· vigortl~~s da cuJtura regional, prendeu a atenção de seleta ê numerosa assis– tênci:J, destnca11do que oferecia aquela palestra aos intelectua is de sua gera– çiio e no Dr Eldonor j'..ima. estudioso de psicanalise en tre nós, e q ue se en– contrava presente. O conferencista desenvolveu com briU,antismo o tema de sua pali:stra, fan·ndo um estudo µrot undo ela vid a de Raul Pompéia, provando ter sido ..ie o primeiro escr itor brasileiro n usar , em 1888, a expressão balza– quiana na literatura nacional no seu rãn10s0 ron,ance "O Ateneu" : Fez ainda um estudo lil,gu ís tiC'o, de folclore e psicanaHse sóbr e a persona lid ade de Pom– péla, rt.erel'endn os mnis dc1,1orados aplausos da assistência. De acôrdo com o estabelet'ido. o presidente colocou a palr,vm á disposiçiio de quem dela quizesse fnzer usu parn deball'r o 1<•t1li1 <ln conferimcia. Manifes– tou-se o acnclcniico Jura11dir !J<'Zcrr:.i par:.i 1:x.'.lltur :i cultura ele Lev! Hall de Moura, pediudo permis,dío, p,,r&m. paru disco1dar cio ponto de vbla do confe– r encí<:>ta na p:1rte r e::lt:rent e ~t <:duca<;fio reli~iu~a. a 4utd, ~Jlil!ntou, reconhece ser ail1da cleficlc11te. Ocfcnclc•u o ponto ele vist::i de que o anormalic.lud e sexua l de R aul Pon1peln u.,o 1:ra da responsalJilidade da Ir,r<,jo e du Rt!lig i,10 e sim ele moth. o."I ,_.utros, especialmente d!.1 cduc~çilo cnseira. A1ncln sobre o assunto, falou o v ·r. f!:lclonor Li1,1a ai.:rac.lccendo a homenagem de Levi Hi.ll de Moura e ta,enclo um rúpidu e brilhante e~tudo de psica11oli~e i, mar1,.,m da confe,•;,n– cia sendo muito aµ lnuclido. ' - O sr. P1 .,,id<•lll~ congr n t11loU•Sf' CCJl,1 a Acad.,n11a pela heleza das horas vividas, el(1r;ionJcJ a cultur11 tHlmirúvel de Lcvi Mouro não esconden do arnJa a s ilnpatio ela . corlcmla pelo valor lule let·tnal do :11•11demicn Jurandlr Be2'erra p do <'Onfrnd1• Or. Jl:ldonor Limo q ue d<•bate-ram, """' <'CJnhectmento da matéria o impurranlr t<'llln da pr11Pstrn A segu,r mai "º" u1110 reunião extra– ordinária para o di~ 15 de agórto,. f'Jn homenagem a Alvares de Aaevedo, quan- •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0