Revista da Academia Paraense de Letras 1952

.. .. i R.EVIS'.rA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 135 as !ôrças nazi-fascistas. E juntos temos vi vido até hoje, agora, porém, espiri– tua1ment':, através de co:respondências amiudadas. Tenho acomp anhado, ocm alegna sincera, a ascençao mtelectual de Alvaro da Cunha. Assoberbado de .ser viços, que a própria íuução de oficial de gabinete de um governador ài,-iti– mic? cômo Janarl Gentil Nunes i!'1põe, Alvaro da Cunha não deixou de pro– duzrr nunca, e sempre produz mais e melhor. ll!le não passa de um desconhe, cido para muitos dos meus conirades, como desconhecidos continuam a ser outros ¼antas valores novos da P,lanicie. E durante muitos anos ainda os valo– res intelectuais ·continuarão a nônimos, porque a época é dos pés e não dos cérebros. . . Mas as luzes brilhárão outra vez pa ra nós ... Alvaro da Cunha acaba de publicar, srs. acadêmicos, o seu primeiro livro de poem'.ls, ao qual deu o sugestivo título de "Pássaro de Chumbo". <l' livro ioi editado pela Editora Hipocamp o, do sul da República. E a sua pri• meira edição já est;í esgotada o que constitui, em verdade, o maior elogio à obra · - Não são sómente mot ivos de amizade ou de simpatia intelectual que me 19zem pronunciar estas palavras. Sou severo e imparcial no júlgamento dos maous amigos. e honesto e justo no julgamento dos meus inimigos. Mas é preciso írizar qu., ....!varo da Cunha, antes de ser rheu amigo, é um grande homem de letras Domiciliado que está no Amapá, Alvaro da Cunha conseguiu firma,· nome nos centros culturais do Brasil, como Intelectual de recursos largos e seguros. E é porqu" vive e trabalha no Amapá que conseguiu, sem dúvida, edita1· o seu primeiro livro de poemas. Porque no Amapá' h ã incentivo e apoio do govêrno paro os valores da terra. Os meus confrades são testemu– nhas do que afirmo, pois níio ignoram qne Janari Nunes seleciona os valores no Pará s os e ngrandece no Amapá . E já é tempo de pensarlnos em ter um correspondente da Academia P,iraensE: de Letras na quéle Território, que des– i . uta de invejável posi,ào no cenário polltico, econômico, social, cultural -e a rtístico do Brasil. E indico o nome de Alv.aro da Cunha para sócio corres– pondente do nosso Silogeu naquêle Território e tenho certeza de que êle sabe– ra honrar a confiança que depositaremos em sua capacidade de trabaiho. Antes de o Sr. Presidente submet er à vota,ão a minha Indicação, peço permis;;ão para l,,r um _poema do livro "Pássaro de Chumbo" a fim de os meus confrades melhor Julgarem do valor do poeta a quem me refiro : .. MÃE LUZIA Velhll, e,1rugada, cabelos d ' algodão, tim de existência atribulada, cuja apoteose é um rol de roupa suja e a asper eza das barras de sabão. Mãe Luzia I M~e Preta I Um coração que através ~e m ilagres ~e ternura da mais rudimentar puericultura toi o primeiro doutor da região . Quantas vezes, à h,1z da lamparina, na pobreza do catre ou da esteira, os oraços, rebenta ndo de <:ónseira, Mãe Luzia era tõda a medicina ... Na quietude bumilim!i do rosto, suicaõo de veredas tortuosas, há um clamor prof!lnd~ <?e desgôsto e o s ilêncio àas via.as ao.1.orosas. Oh I bronzea estátua da maternidade : ao te encontrar cu:-vada e -st?m!-naa \·ejo o I"oiciore ~nt.ig? ?a c;àaàe na paisa;:em ancc:;traJ ae m1nha nrn. . _ Alnda com a palavra Georgenor Franco comunicou estar represen– undo O académico ,~belârdo Condurú o qual estivera recentemente em Ma– uaus, 8 serviço do Bane-? de Créd,to a a Amaz~nia. S. A , .do qual é diretor No tlia 29 de junho últ1mo. Abelardo Conduru foi recepcionado pela Acade mia Amazonense de Letras, que est!i atra,,essando uma fase de grandes rea– lizações tendo sido saudado pelo Dr Alva1·0 Maia, o qual exaltou a persona– lidade do homenageado tecendo elogios ~ nossa Academia. Georgenor F'ranco propôs a remessa de um ofíeio a Academm Amazonen,;e de L etras agradecendo a homenagem prestada a Abelardo Conauru, bem como a de uma mensagen, tie afeto e simpatia aos confrades oarés. o que foi aprovado unãnimemente. _ Conti.nuancio com a _ paiav.ra. ~!Orgcnor Franco dU:me que em agôsto de 1S41. ,;-~trc i 7 e 25', :cauzo~-,~ ~ 1u C~~...;.:-c:»o d;,.s ...~cacicm.ias óe ~t:-as •

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