Revista da Academia Paraense de Letras 1952
14 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS POEMAS DE: SEVEitlNO SILVA A CIDADE NUMA TARDE FRIA Deixo o refúgio onde a puro o coração e o pensamento E u,er,:ulho na vida, forja de luta e dor. O a r é frio , ser eno, Tem falas do c éu, t em rit,mos de poesia e de amor. •\ rua cscnncara.-sc somhria ... r,; rqla.m palavras e corpos, mordidos de frio, Gcsros e passos frios No asfalto da nrn fria . O :lr ~nnolcnto Sc,i;p·Pda velha can t i~a, Que- vem rla.s l.>andas do mar. Rr-n.-fita scht n rantic:-~. qur um dia. 1011,µc. voz am,ii:a Ve rteu nas minhas horas de forttma e de tormenta ! O lho n cáis. o Ja l1or frenético nos nhrcire>s fort.rs . . Os amis·os. sorrindo e chorando . Os n a , ·ios. <1ue vã.o e vêm .. . s;; h~<lo frio . Cidade triste .. . Súh•to. no verbo canóro r lJárbaro "'" t rnvador. ferindo o violão. s,ín rósrnicas vi hracões e convulsões lclúrica b, 011c- cmcr,rPm da alma e do chã o. Com um gôsto tropical de a ng ústia e solidã o. (,; a miisica a n cestral. de ternuras nativas, n os tri-s s::1n r-11cs, Oric. três raç;. s, Que- dão ritmo e côr il. :;ente l,rasilcira .. r.vnra. e vive !1.fftlCJa músic•~ ""lhas cfnlências. da11cas flácicfas. loOcas.– Ritos negros, Vícios t ristes e rudes amoreG, F. a ~ alma~ l!rit~m e l!cmem s:111da dos. r-: n-. c•oroos inrtaro.:,m-~c em n1anbas e afagos. Rntrrm fracorPs ;,terradore.s. •'S:1Jvc. Oeum ! Xan~ô ! ·vcmatt.Hi ! Bahia. terr:t de A rnanda. Saravá!" A cidade está fria ... No 1>ala11ro <lo vento prncido. nutra ví'7. rfa~ hanrlas do m a r. Vrm a toMla aue me faz nensar 'Sa vid a de sonho e. llCnas que ando a sau grar. rcdn d~ mim vos [oslcs. vcllw!j sonhos Op ..._,.r 11111 rli:1. o Ar:iuto. o Semeador. na l cc11 nrla •e-mente ela J3ondade e do Amor. 'le~t:.t h or:i nutcia, Ou~ imprcc-n ;, e ava~sa1a a rninhn a hna. 'l'cnh,.. vc,nfad" de m e pôr de .ioelhos, Um dc, e.io 1irof11ndo de chora r. ' nnifr derrnma-sP, rleva~n r ... , 1·:irirla do ;111oitrrer. ReYêjo os caminhos q11e tenho errado F i1 rnmpP um ,·horo dcse-,11rra~o . Porr111e não tl' nho sido, nest.a v rrla, A flôr e o fruto, que devera ser. • l
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