Revista da Academia Paraense de Letras 1952

...!',;' REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Não me procu1·es mais. dc-ntro de olhoa Gbtranhos . . . nunc:. me encontrarás. Er-tou apenas ua. t.erm1ra dos t.eus olhos. Na i:raça indulgente do t,eu sorriso. Nas veleidades de rea.IJ :,.ação do teu esp irit-0 confiante. Sou apenas uma túnida presen ça indivisa . refugiada em teus silêncios. Utna sombra cornum, cm si meSJna contida, desavisada de outro simbolo de vida qu e não seja a eloquência do seu beijo .. Não m e projetes mais den tro ile a lmas alheias. Não me darão a brii:o. Nem me devolverão a t i. intacto com o existo no manso espelho do teu carinho. Deix a-me assim fic,u, em .t ua alma sômcntc. Ausente de ambições e a uilá.cias. Toda.via.. re~Jizado cm nosso amor. neixa-me assim, a pasoe nta ndo o en can tamento de sentir todo o mistério do meu se.r, - õst.ra ou pé rola, que importa? - definitivrunen t e incrustado em teu ser . AS PIR AÇÃO Eu não sonho viver n a m emória das gen tes não aspiro ficar na lem brança do povo ... De que vale sa ber qne os meus versos são lidos para est rnnh os ouvidos e alm as indHeren tes? No teu beijo, cs<111cui <lllC existe o mundo . . . E quando, na hor a do teu beijo, a. min.ba . boca não m ais se a brir, 11ão mais sorrir. não roais vlbra.r, contempla, a última vc;r,, m e u rosto frio Cruza sobre o meu peito, suavemente, os meus braços sem vida, como se. ainda fosse te abraçar . . . Não deixa as lágrimas nevoarem teu olha r. Nem .t amargura desfazer o t eu sorriso. E possa vir o esquecimento E possa o mundo me esquecer . Hom em ou poeta, cu vivo p ara o teu amor ! Depois da vld~. que ventura, ~abcr. seu lir que, loni,-c cm 10111:c, por teu a1nor reviverei, como boruem , na memória do teu corpo como poêta, na saud.tde da tua alma . 111

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