Revista da Academia Paraense de Letras 1952
• REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 101 Vêem os lelLores que de modo algum foi poética a vida do meu biografado. Mas, por IEEo mesmo, possm êle em tlí.o elevado g,ãu essa compreensão cios sentimentos, da dor, do pranto, que êle revela surpreenãentementé na sono– ridade m usical dos seus versos duma f artura irrepreensivel. Por essa razão é q_ue éle sabe tão bem definir a tristeza, a melancolia da saud ade, o sorriso ingênuo de uma criancita inconsciente perto de um tumulto ou da gar galhada estúpida do ateu em face duma virgem que, de joelhos, no grande silêncio consolador duma nave de igreja deserta, implora um olhar da Divindade para as penas que lhe pungem na alma I Essa é a chave do segredo de sua impas– s ibilidade no meio das grandes ' batalhas da vida ; essa é t ambém a causa da segura nça com que emite juizos acêrca das p essoas com quem trat a. Paulino de Brito é um desiludido, que conhece demas iado a vida p ara se deixar enganar por ela ; pre.fere viver da poesia. Está descrito o homem. -1 1
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