Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

REVISTA DA ACAD~MIA PARAENSE b]! LETl1AS 9'i A QUEDA DE TROIA De MURILO MENEZES Murilo Menezes, cadeira u. 13 "O. Romualclo de, Seixas" Outro dia ouví numa eletrola a MARCHE TROYANNE, de Berlioz, extraída do seu poema sinfônico LES TROYANNS, s ua obra p.ríma, tão primitiva e cheia de sugest ões históricas , pelo estílo bàrbaro e guerreiro, que um mundo d e evocações se patenteou na minha imaginação, reconstit uindo cenas mo• vimentadas do magnifico poêma de Homéro, a ILIADA. Heitor Berlioz foi grande compositor de música, cogno– minado o Wagner franrês, pois a lém de h ar mon ista insi– gne, funda mentou as suas produções na p esquisa histórica. Assim foi. que p0rcorreu a Asia Menor, a Grécia, com– pondo com os conhecimEntos adquiridos n essa v iagem. LES TROYANNS e LE CORSAIRE. E ao evocar a Ilíada, recordei os versos maravilhosos do vate d'A TENTACÃO DE XENOCRATIS : "Ei-lo, o pÔêmél dos assombros, céu cor tado De r elampagos, onde a alma potente De Homéro vive, e vive eternizado O esp antoso pode r da argiva gente." Segundo Heródoto, HOMÉRO, que se chamava de fat o, Melosigenes, nasceu n ::i. Eólia, e t eve desde os seus p rimeiros anos, ex t raordiná r io p end or par a a poesia. Seu padrasto, de nome Femio, p rofessor de filosofía, li– t era t ur a e música em Smirna, q uando morre u, d eixou Melo• ~igenes, q ue estava ao par de todo o seu saber, encarregado da sua escola e d os seus recursos. Mas ao chega r à sua plen a mocidade, Melosigenes cegou, e daí passou a ser chamado l-loméro, q ue na língua dos Cimos, habitc:n te:; de uma das

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