Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

. 96 • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS LAGRIMAS DE MULHER De LEOPOLDO SOUSA (Patrono da cadeira :?K) Subimos a montanha ; a tarde ia crespusculando ; o sol ·incandescente, como um braseiro esférico caia no avermelhado fundo do poente A nossa frente, o mar, convulsamente, o bojo branco, im1>ávido, estorcia, como quem dentro das entranhas sente uma fera colérica e bravia ! E ela me disse : - As minhas dores fundas são mais raivosas, muito mais profundas do que êste abismo, e os olhos seus choraram. O mar ao ouvir-lhe as tristes desventuras, não resistiu : - de encontro às rochas duras chorou também. E as pedras soluçaram ! (E xt r aido do Sombras, publicado em 1926, p el a Editora Guajarina) .

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