Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)
.ÃJ imviSTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS êi , DO ALTO DO PARNASO Remonta a séculos a persuasão de que as doçuras e har– monías poéticas elevam e 1itificam os corações, avivam as alegrías da vida, requintam os dons de lhanura e bondade; de sorte que não admira que um mistico a Paulino se deixas– se arrebatar pelos filtros mágicos das musas. Respiguemos de Marques de Carvalho : "Em 18'16 revelou-se em Paulino de Brito o sentimento da poesía. Esta data deverá ficar, eter– namente guardada na memória paraense. O grande sucesso deu-se assim : em uma festa tipográfica, Paulino recitou un-, versos intitulados - "A Imprensa", e, como recebesse muitas animações, continuou a dar ao público uma ou outra produ– ção, de vez em quando." Fez-se assim poi>ta antes de ascender a revisor e estu– dante normalista. E conquistou os laureis de poéta legando– nos os maviosos "Cantos Amazônicos", ora poreja]ldo a seiva do lirísmo, ora inflamados dos clarões da liberdade, ora impressivos dos aspectos da natureza morta, ora caldean– tes de estados d 'alma, que retratam os contrastes convulsi– vos da vida humana. A propósito do monumento poético que são os "Cantos Amazônicos", brindo os leitores com dois autógrafos, devidos ao poéta satírico padre Correia de Almeida e a Sílvio Ro– méro: "AO INSIGNE" POtTA PARAENSE DR. PAULINO DE BRITO Nos Cantos Amazônicos, que leio, Se Paulino de Brito me estasía, É porque lhe acho muita poesía Sem mescla de qualquer dislate feio. Sua linguagem prima pelo asseio, A fé católica é limpa de heresia, O amôr exclui a torpe demasía, E póde lêr-se o livro sem receio. Os nítidos, belíssimos lavores Estão desafiando meus louvores, E eu digo, sem soprar fundo de incenso. Desde o primeiro ao último dos versos, No contexto de assuntos tão diversos O bom-gosto resulta do bom-senso'". --"Meu caro P aulino de Brito, - O seu belo livro dos "Cantos Amazônicos" veio encontrar-me horrivelmente doente e por isso não lhe respondi logo. Agora que estou um pouco melhor, tenho o grande prazer de escrever-lhe, dando– lhe a minha impressão do livro. Agradaram-me muito as peças que têm um certo cunho r eal, ou sejam descrições da natureza ou de situações d'alma humana. São do número -· , Rio Negro, O encontro, Vergissmeinnicht !, A carta e a flôr, Os ,randes ambiciosos, Enterro e noivado, Garridice temi•
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