Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

88 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS PAULINO DE BRITO De RP..INtRO MAROJA Rainero !liaroja, cadeira n. 5 - "Bento Miranda" Paulino de Brito nasceu em Manáus, aos 9 de abril dE' 1859 e faleceu em Belém a Hi de agôsto de 1919. Repousa no Cemitério da Ordem Terceira de São Fran · cisco, ao pé de cujo túmúlo. compareci, mais uma vez, ano passado, dia de Finados, concentrando-me em piedosa ho– menagem. Filho de um oficial do Exército, pfü;to que orfanando cêdo, certamente, encontrára facilidade para a carreira mi– litar; preferiu, não obstante, suster a balança de Temis ;ci empunhar a espada de Marte. Mais lhe aprouvera, ao gênio manso e bondoso, defender a força do direito do que pugnar pelo direito da força. E já diplomado em professor norma– lista, preparatórios feitos, r umou para o Recife, onde rece– beu a laurea de bachar el em ciências jurídicas e sociais aos 30 anos. Alí, além de outras poesias, burilou a "Rio Negro", que abre as páginas dos famosos CANTOS AMAZôNICOS. Senhor de dois diplomas, pôs de lado o último, para de-• votar-se ao magistério secundário, sobretudo ao ensíno da língua materna, não s6 no Ginásio ':) Escola Normal do Pará, como em colégios particulares, exercendo ainda o ensino a domicílio. E tamanho disp&ndio de energias jamais lhe al– terou a veia do bom-humor, mesmo quando, doente, houv~ de tomar a cadeira de rndas para locomover-se dentro de casa. Ensinava deleitando, porque sabia o que ensinava. O seu lastro de conhecimentos humanísticos era dos mais só– lidos. Conheci a biblioteca de P aulino dez anos depois de sua morte; bastante desfalcada, ainda enfileirava muitas pre– ciosidad es. De passeio à Europa, graças às facilidades de então, trouxe de Parü.:, de Portugal e da Espanha, obras de muito valôr. Obtinha-as também, naqueles bons tempos, en– comendando-as aos amigos do comércio, que frequentemen– te iam veranear lá fóra.

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