Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

RÉ:VlST A DA ACADEMIA PARA~NSE DE LETRAS 8'1 A AVALANCHE De PAULINO DE BRITO Paulino 1lP Brito, patrono da ca- deira n. 34. Rolou das nuvens esta massa estranha com ruido sinistro, atroador, como um rugir da vingadora sanha ! O Anjo Exterminador dirigia-lhe a marcha ! E nas aldeias que sorriam na encosta da montanha ao des1>ontar da aurora, em lugar ela alegria, vê-se agora a morte, o pranto, a dor ! Deus meu ! Assim também dentro em minhalma, serena, doce, e calma, eu tive outrora uns sonhos de ventura, risonhos, cheios duma luz tão pura como o homem talvez jamais sonhou Tive-os ! . . . Porém o gelo da descrença, que o mundo, lá naquela altura imensa, tão cedo acumulou, caiu como avalanche da montanha e os meus sonhos cheios duma luz tamanha na queda espedaçou ! Julho· de 1887,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0