Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)
---= • 82 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS m aria mais longa ou mais curta, que entre o n ascimento e a campa cumpre-nos fazer. Noto que multo vos seduz a anãllse da alma fe– minina, enigma que quando moço tentei Interpreta~- Pers_lstl, meu amigo, nesse afã, e possa o êxito premiar vosso prop0slto..E sina da mulher ser sempre discut ida. Desde o Eccleslastes, que lnJustamcn te a qualifica mais amarga do que a morte, são Infinitas as opiniões que a endeusam ou Injuriam. Não obstante, a mulher é com efeito o alegre ralo de luz que acompanha a nossa peregrinação terrena, que; o fado a conduza a um nicho nas Igrejas, ao santuarlo do lar ou n queda no preclplclo dos alcolces . Compreendê-las, porém, encaro ·como tarefa sobreumana, e nisso me fico com Luiz Delfina, ao can– tar que nem o proprlo coração da mulher que é a nossa amada ja- . mais obteremos decifrar . Poucas palavras mais, para congratular-me convosco, sr . Geor– genor Franco pela harmonia que presidiu a esta festa que é vossa e cuja lembrança perenemente conservareis, gravando-lhe a data, no arquivo da memória, entre as mais agradavels e propicias que o pre– terlto vos tenha concedido ou venha a doar-vos o porvir. Sois, agora, um dos quarenta nreopaglstas paraenses. Nos ter– mos da tradição, oriun da da Academia Francesa, vindes de ser sacramen tado e condecorado com o titulo de Imortal. Imortal ? De– leltãvel Ironia. Mas, por que repeli-la? O aroma do Incenso a nln– guem prejudica. Avulta, desde hoje, a vossa responsabilidade nas letras. Tendes que lavrar novas pedras, afeiçoando-as com o malho e o cinzel da In– teligência e do talento, prosseguindo com paciência e constância no · rumo da perfeição, para galgar-lhe o cimo, sonho excelso de t odo o · verdadeiro artista, realizado por muitos mestres cujas obras os tor– naram efetivamente Imortais. Sei que a vossa ventura neste Instante não teria limites, se aqui estlvess':, materialmente vlslvel_, a veneranda senhora que o vosso amor filial nao olvida. Crede, porem, que esse afeto santíssimo continua a seguir-vos como outrora. E o Espirita que o emanava, adeja, neste minuto, ao vosso lado, t raçando sobre os lauréls com que vos estou · elmbollcamente aureolando, aquela mesma ben ção cnrlclosn que In– vocava sobre a vossa fronte a luz e a bondade de Deus.
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