Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

74 n'Evis'l'A nÃ. ACAD'.EMÍA PARA'.ENSE OE Í..El'I'RAS Ví, como se fosse eu próprio contemporâneo daquê les fatos, a fase primária da colonização; a figura impressionan– te de Tomé de Sousa; a imagem daquele glorioso padre An– tônio Vieira, pregando do púlpito da Sé os seus sermões ma– ravilhosos; a figura suave da abadessa Soror Joana Angeli– ca, sacrificada à entrada do Convento da Lapa; da abnegada Ana Nery curando os enfermos, e daquela patrióta Maria Quitéria, revelando a coragem e o heroísmo da mulher bra– sileira. E, sucessivamente, os demais quadros da história baiana, numa sequencia de a bnegação e de amor à terra nativa : os precursores da Independên cia; os encourados do Pedrão; as cadeiras de arruar com a~ damas formosas e recatadas ; os Zuaves baíanos com as s uas fardas marroquinas, e aquelas autênticas baianas, de chine las na ponta do pé, ba ianas como diziam no Salvador , "d o aca rajé, do vatapá, do candomblé, da iavagem das igrejâs, das modinhas ao luar , baianas genero-– sas, que ma l imaginam nos seus ti-ajes antigos, de todos os tempos, que fora m as mães mor enas do Brasil !" Pois, todo êsse espetáculo soberbo de brasilidade e de en sinament os cívicos f-'Ji esfor ço do Cônego Manoel Barbosa. Foi trabalho seu. Foi colaboração sua. Tanto que o 1.° Con– gresso de História d a Bahia lhe r econheceu a abnegação, o esforço árduo, votando pm· ur.animidade, bem justa e ex– pressiva Moçã o de Rec-onhccimento e Aplauso. Êste, o historiador honesto e laborioso. Êste, o sacerdote virtuoso e trabalhador . Ê3te, o homem de letras erudito e inspirado. Êste, o professor de lições cívicas de que a Bahia tanto se orgulha. Disse certa vez o iluminado Padre Vieira, num dos seus magníficos sermões, que mais convencia aos fieis, os atos qu~ magníficos sermões, que mais convencia aos fieis os atos que as palavras dos seus missionários. A obra do Cônego Manoel Barbosa é dessas que conven– cem e impressionam. É labor que dignifica. É lição que apro– veita. Justa, pois, a nossa satisfação em tê-lo n esta Casa, no nosso convívio espiritual. Receba Sr. Cônego Manoel Barbosa, os cumprimentos e as homenagens da Academia Paraen se de Letras.

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