Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

58 RÉVÍSTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS ACILINO DE LEÃO ,VEIO BEIJAR A TERRA MÃE De ROMEU MARIZ Romeu Mariz, · cadeira n . 4 - "Antônio Marr1ucs de Carvalho" . - . ---- ... -- ·-· -- :· - ; - ,---..- ----..... -- 1 Se motivos ponderáveis me nã o tivessem impedido estar n a ce– r imônia póstuma ao precla ro sábio amapaense, se eu Já fôra, a s– sim a êle falaria : Meu caro Acilino . Aqui está o teu velho companheiro d e lus– tres memoráveis, que recuararn no tempo, o te u amigo certo e sin– cero e constante admirador, que nunca se cansou de cultivar tua amizade efetiva de gestos frate rnais. Não vim lisonjear-te , n ão vim h omenagear-te com epinicios v ulgar es d e encome ndas adredes, nem magoar-te a sensibilidade d e esteta, de fino "causeur" e verve ele– v.ida de brilhos inusitados . Vim visita r-te , d a r -te o meu abraço comovido ; d epois, dessa ausência que fizeste de doze mese~. para n ós tã o long.os , agora· interrompida com a tua rápida passagem por Be– lém, somen te pa r a r eceberes a qu i o presente carinhoso, que o teu sólo natal, em gesto de profunda ve ne r ação á tua pe rsona lidade ele filho diléto, e n viou-te, cheia de r econhecimen to e gratidão, pelas mãos dadivosas, pe lo coração ele infinita magn animidade, pelo espi– rito percuciente, precato e de cuidados, d e um jovem cidadão pa– raense, d e siso e rumos de vida esquemados, que Deus fadou para reviver na aldeia o nde nasceste, a obra imorredoura de Sebastião José d e Ca r valho E Melo, êsse totalitário estadista, extraordiná rio, maior v ulto huma no d e seu tempo, ·que a li pla ntou a semente de um povo de heróis e conquistad ores, à c uja frente estiveram as s uas ener– gias incomparáveis , a sua inteligência nas ações de Estado, o seu fantástico t ino administrativo, o executor e solidificador da integri– d ad e · tehitorial de n ossa P átria, êsse Marquês de Pombal estupendo, p~esente a tudo no mundo novo brasileir o, na pessôa de um Irmão, c u jo trabalho dinâmico irradiou-se por t ôda a Amazônia ainda· in– çlevassada, mas trilha d a pelos nossos d escobridore~ .

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