Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

REVISTA DA ACADEMiA PÂRAENSE DE LETRÂS- UMA PAGINA INÉDITA De ACILINO DE LEiiO· Pela mesma época, duas inteligências desabrocharam, em Belém do Pará, para as ascensões maravilhosas. Um, de origem pobre, com o lar atormentado de incompreensão e d esconforto, logo depois ferido pela doença, chegou aos mais altos destinos das l etras, deixando um nome perpe– tuado nas "Memórias", cúpola famosa de um intenso, posto curto, labor literário: Humberto de Campos. Outro, origináriamente abastado, com um ninho de amor e encanto espiritual que estupidamente esfrangalhou, sadio e robusto em sua quase eterna mocidade, estiolou-se nos gozos grosseiros dos sentidos e na preguiceira ancestral dos tapuias : Flexa Ribeiro. No entanto, aos trinta anos publicou O AMOR K A MORTE, que é a obra mais forte e u11a produzida pelo sim– bolismo no Brasil. Na lira dos vinte anos, "SOL", já há algo de apreciável, em profundeza de idéia e forma literária como o soneto "Parabolas". "Litania Pagã", vindo depois, é um poema de amor, em que o poeta canta a paixão da mocidade, crendo-a eterna, como a de Tristão e Isolda. • Ceux qui .. . l sadora Duncan . Infelizmente, o Cinema não grafou para a imortalidade do movimento êsse estupendo renasci– mento da dança grega. Mas ficou em língua humana·, sim- · bolicamente fixada, em rítmos êsse prodígio de gênio plás-· tico e vivo que foi Isadora. Os provindouros terão de vir buscar no verso brasileiro aquela evocação.

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