Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

52 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS ANTAGONISMO Para Lucidéa Sinto, na minha angústia reprimida, A dolorosa afirmação de que, Por alguma razão desconhecida, Eu estava gostando de você .. Porém, você não compreendeu a vida, E eu me crucifiquei na Dor, porque O destino de uma alma incompreendida É acreditar naquilo que não crê. F ilosóficamente, eu sou culpado, Por isso devo andar sempre sorrindo Como a vítima suave de um pecado. Do pecado de a amar, embora vendo Que você, pela estrada, vai subindo, Quando eu, na mesma estrada, vou descendo . 14-10-48 . DESLUMBRAMENTO Feri meus olhos no primeiro espinho, E fiquei cego de desesperança, E, como se ainda fosse uma criança, Parei, chorando, em meio do caminho. Para Lucidéa Quis andar . . . caminhei devagarinho . Mas a luz dos meus olhos é a esperança . Parei de novo. A tarde era tão mansa, Que tive medo de fi~ar sozinho. Nesse momento, Deus aproximou-se. Abriu-me os olhos. E te vi sorrindo. ~ssc sorriso meigamente doce. E o nosso céu sur gi u-nos novamente Ainda mais puro iluminado e lindo ' Que não posso fitá-lo frente a fre~te . 1-1-1950 rJ

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