Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

~50 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS . templo dos Capuchinhos, con tritamente assistindo à mis– sa por alma dos acadêmicos que pairam n a Eternidade, como também em tôrno do t úmulo de Misael Seixas, no nosso preito de saudade. Vimo-lo, ora n a sessão em ho– menagem a Heliodoro de Brito, outra hercúlea coluna des– te edifício ; ora formando no grupo fotográfico em que a Academia reuniu os seus membros para a elaboração de um capítulo da sua história. Agora, o amigo da mocidade, o embevecido cantor da selva e da terra insubmissa, pa ira em outros reinos desco– nhecidos . Partiu para o mundo celeste, glorificado como viveu na beleza da sua arte, como viveu os seus dias, -4í~f;;~ ". . . . . . . . . . . . . . . . . . . . olhos puríssimos voltados para a felicidade, refletida no resplendor dos sonhos constelados". Nunca pensando que estivesse tão perto da morte, vi-o, a inda, cheio de esperanças. No quarto do hospital estava cercado dos livros de seus mestres, Ovidio, Campoamor e as "Confissões de Santo Agostinho". Mas, de súbito, a moléstia t raiçoeira ganhou terreno, a ciência fez-lhe três amputações e a morte veio buscar o guerreiro de mil ba– talhas . A beira do túmulo do mestre e amigo que se foi, disse ·ter o destino, em t udo, os seus caprichos e a força do seu mistério . Vêcle que paradoxo ! Ontem, era ele receben– do-me aqui, e naquela manhã de sol e de lágrimas de 9 de agôsto último era eu a dar-lhe o adeus da Academia, como ainda hoje sou eu, ele joelho e em preces para as es– trelas, a dizer da saudade ela Academia Paraense de Le– t ras, nesta hora de evocações, nesta homenagem ao ines– quecível Remigio ;Fernandez, hóplita indomável, h eróico e sobranceiro, que, ensinando, engrandeceu a terra, e, cul– t uando as letras com amor , glorificou as augustas t radi– ções da sua pátria e imortalizou o seu nome, que há ele ficar na memória deste povo, porque a sua obra se órna– menta do multicor das nossas paisagens e a sua vida foi t oda um hino consagrado à semeadura do Bem, do Belo e do Ideal! ,1

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