Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

42 REVISTA DA ACADEMIA P ARAENSE DE LETRAS REMIGIO FERNANDEZ De WENCESLAU COSTA Discurso pronunciado em sessão da Academia Paraense ele Letras, no dia 17 de setembro de 1950. \Venceslau Costa, atual secretário da Academia Paraense de Letras, cadeira n. 2 - "Alv ares da costa.' Com amarga e en tristecedora desolação, como me doi dizer que a morte, dentro do seu mistério, na pluralidade sinistra das desdit as que semeia, desvairadament e, na es– curidão da sua cegueira, quão impiedosa t em sido para a Academia Paraense de Letras, no estreitíssimo ciclo de dois anos. Que espaço de tempo t ão trágico para as letras regio– nais. Que período dolorosamente fat ídico para os nossos meios intelectuais. Dir-se-á que a Academia vem sendo soprada por um vendaval furioso, em t udo deixa ndo ver-se a sua forc:>, destruidora. a der r ibar colunas fortes deste edifício . Que vendava l rudíssimo passa prostrando por terra as árvores umbrosas da Acrópole ma jest osa do El-Dorado equatoria l. Misael Seixas, o cin zelador de páginas que r efletem requintes e anseios de perfeição, foi o primeiro tronco a cair e esconder-se na angus tiosa mudez da saudade vio– lácea . Ainda ba ilam n as minhas pupilas as sombras cis– marentas d aquela tarde de setembro, quando o a utor de "Estudos e Pa isagens" baixou para o silêncio do t úmulo. Depois, outro companheiro, um autên tico gigante da

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