Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

, ' REVISTA DA ACAúEMIA PARAENSE DE LETRAS Tarde, eu te amo ! Lágrima e pedra. Ruínas e ondas. Olhares. Rondas. Fontes que esperam flôr sem canteiro que medra! Foges no barco de asas douradas! Vigiando o espaço, não temo o abraço de porcelana da água das fontes. E adeus, ó tarde, procuro a vida. Lá vem a noite por trás dos montes! SONETO Amar-se, enfim, diante do mar gelado, no silêncio que desce pelo monte .. . Ouvir vozes distantes do passado .. . Caminhar pela mão do vento insonte .. Ser e não ser. Nuança apagada e fria, puro anseio dormindo em chama viva. Repouso bom que a gente prenuncia desespero e saudade. Apreensiva Lembrança de uma lágrima num lenço . E seguir-te na névoa, em tempo incerto, ó pensamento amado que não cessas ! Amar-se, enfim, diante do mar imenso. E igual o mar ser grande e ser liberto de lodos e sargaços de promessas ! 41

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