Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

38 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Seis poemas de ADALCINDA Adalcinda Camarão, cadeira 17 - "Felipe Patroni" DESENCANTO Achei num poço de areia a água de estranho olhar. O vento soprou a areia só pra a água não me olhar . .. Mudei meu rumo. E nadando achei um verso no mar ! Veio uma onda e afogou-me só pra o verso não rimar . . . Esperei, então, à tarde, o pássaro regressar. Mas não houve n em crepúsculo onde o pássaro cantar. Enfeitei as mãos com búsios . E surpreendi-me a chorar o desespero das algas que não puderam boiar! E as mãos ficaram sem búsios, porque os búsios fôram dar sal de ausências à saudade J>ra a saudade não voltar!

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0