Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

24 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS CIDADES DO BRASIL De AUGUSTO MEIRA Augusto Meira, cadeira n. 33 - "Olinto José Melra" Manáus, cidade em flor, à flor boiando Das águas trepidantes fabulosas, Do Rio Negro, em sombras avultando Entre as franças das matas ostentosas, Cresçam estrelas, cresça o sol cantando Nas vastidões do céu mar.avilhosas, Deslumbra, na distância dos espaços, Ver teus seios de amor me abrindo os braços! Santarém, solto bando de gaivotas, Derramadas na praia, em face ao rio, O azul Tapajós de extensas rotas, De largas ondas, de esplendor, bravio ; Dentro em minhalma, em emoções ignotas, És um sonhar de candido amavio, Escada de Jacob de alto viver, Nunca mais, nunca mais te hão de esquecer! Belém, desperta ao côro de seus sinos Por divinas manhãs, de etereo enleio, Bronzes pesados, bronzes cristalinos, Tudo cantando ! que feliz gorjeio ! Mastros e velas, espectrais destinos, Flôres e frondes lhe beijando o seio, Noiva do sol, e devaneio e encanto l)e tanto amôr, de meu amôr tão santo !

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