Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

'.RÍtvISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS fgg O ULTIMO SONETO DE CASTltO E SOUSA De Castro e Sousa foi um dos mais com– pletos poetas que o Pará já conheceu. Na– tural de Bragança, De Castro e Sousa proje– tou seu nome na geração intelectual de 1924, formando ao lado de De Campos Ribeiro, Bruno de Menezes, Wenceslau Costa, J acques F lores, Paulo de Oliveira e tantos outros. Morreu reduzido a um frangalho de gente, consequência da vida desregrada de boemia . que levava. Antes de morrer escreveu o seu último soneto, que abaixo publicamos, como homenagem à memória de De Castro e Sousa, e que nos foi cedido por De Campos Ribeiro, que o encontrou no seu arquivo de preciosi– dade dos poetas paraenses : O QUE O FAQUIR CONTOU (Ao grande poeta De Campos Ribeiro) O mago leu a minha mão, e disse : - "Na sua eterna vida de cantor, quanta alucinação, quanta tolice, você tem praticado pelo amor. Não houve rosas que você não visse no seu trajeto de conquistador. E sem que nunca, um dia, o pressentisse, em vez de afagos, encontrava a dor. "Por isso é que está velho . . . Eis a razão porque se afunda no torpor profundo elos que arruinaram cedo o coração . . ." Calou-se o mago . E cm vez elo óclio iracundo, eu bendizia, na recordação, , as ·que me desgraçaram neste mundo ! ~- -};, •

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