Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

R EVISTA DA ACADEMIA P AR AENSE DE LETRAS 18i Por t udo isso, Senhora, é que o Govêrno e o povo do Territó– rio Federal do Ama pá, cm preit o de reconhecimento, veneração e saudade, unidos que seinprc estão cm tôdas as manifestações, vêm entregar-lhe êstc mausoléu que em v erdade é simples e pobre, como obediente aos preceitos de J csús foi o homem que abriga, mas, obra majestosa porque construida com m atéria prima da sua ter ra natal e erguida com amor pela m ãos rudes do operário macapa– ense, tal qua l de amor foi tôda a obra realizada p elo vosso querido cs110s0 e nosso ino lvidável antigo . O AGRADECIMEN T O D A A CADEIIIIA E1n nome elo Silog eu paraense, dcslg-nado que foi pela sua dire.. toria, falou o acadêm ico Georgenor Fr1nco, qu e serviu de secre– tário da Academia durante os dois per íodos em que Acilino foi seu presidente, pronuncian do as seguintes palavras de agrade– cime nto: uJusta, cn1 todos os sentidos, a homenagem que o Govê rno do Território Federal do Amapá, à cuja frente se encontra a figura de estadista e pat r iota que é J a nari Gen til Nunes, aca ba de prestar a Acilino de Leão. Ninguém n est:i t erra - e muitos pelo B rasil afora e até m esmo !.l.lém de nossas fronteiras - n inguém nesta terra desconh eceu o valor 1noral, intelectual e p rofissional ele um ho1ncm que outra coisa não fez n o inundo s!nâo p ratica r o bem com o coração ab erto e a alma ajoelh:ida. Co1no ntédico transforn1ou a profissão n um sacerdócio e não 'nunt 1ncio d e cnricar visando u rna velhic e isenta de preoc upações financeiras, morrc.:1do, por iss:, r;.1csmo , p obre, 1n as com a coiisci– êu cia tranquila de ha':_cr praticado o bcnt sen1 v izar recompensas, nunca n egando o conforto de sua p resen ça e a capacidade de seu v alor ntédico nos lu~a res onde a dor se agasaihava para uma pro– cissão ele angústia. Ia ao palacet e cio rico ou a choupana do pobre com a m esma sercnid:1.de e a m esm a v ontacic santa de curar ou aliviar sofrimen tos h umanos. como hon1ern públ~co, foi vertical nas atitudes, não se üeixando levar p elas mesqui nha rias torpes !1ªs . quais a polít ica é tão p r ódiga. Fazia justiça com o n1esmo c ritério cont que scn11He pautou se us atos públicos ou privados. . , Como intelectual, seu t:i! cr.to form1<la vcl, sempre esteve a se r– viço das bôas cau sas. e e ra um cncan!o espiritual ouvi-lo em dis-– cursos notá veis, qua ndo dem on strava t oda a pujança de sua inteli– gência privilcgi~da e de sua cultura !..úlida, consistente , profunda, inig ualáve l. . . Como hom em , na sociedade e no lar, sempre ro1 o mesmo, bon1 prude nte, e justo, _encç,n_trando para as _ atribulaçõ_cs n aturais da v ida uma ex plicaçao log1ca e u1na so luçao harmoniosa. c omo professor, abriu ho rizantes la r gos a tantas ge rações, na Faculdade de Medicina e na Faculdade de Direito, ministrando a ulas que empolgavam os a!uno_s, tal a maneira m agistral com que ensi– nava prendendo a atcnçao de todos e revela ndo, nas explicações ~ais' sin 1 plcs, os conhecin1c11tos i:nais profundos. Como presidente ela Academ ia Paraensc <le Letras conseguiu repor O nosso Silogeu num luga r dest acado no conceit o de s uas congêneres realiza ndo em dois anos um t ra balh o notável de r ecupe– ração cult~ral, rea!1lmando en!!rgias ad~r1n cciclas, restaurando tra– dições pontual a todas as sessoe.:5, tullo isso dentro de u1n silên cio, sem aÍa rdc e sem propa:;an da_. Tao notável foi a a tuação de Acilino ele Leão à frente da, Academia ~ araen se ele Letras que propuzemos fosse êlc eleito presidente perpet u o, hon ra que declinou, en volvido naquela sua 1!1-º~ estia_ J?ersonalíssin1a 111as contagiante, mas não con– s eg uiu fn gil· a 1mpos1ça~ de n ossa homenagc1n e d e nosso amizade s ince ra e legendo-o presid ente d e honra da A cadem ia, por unfuli– midade ele votos. Eis em síntese o h omem , o m édico e o intelectu al a quem o Território Federal do Ama11á acaba de p restar uma homen agem expressiva e justa, e n g-indo o seu mausoléu, de 1nodo a que as ge– rações futuras fiquem sabendo que o Brasil p ossuiu um homem de valor inegável q ue soube ser grande no seu amo r às j ustas causas nacionais. Em nom e da Academ ia Paraense de Letras, cuja diretor ia m e hou rou con1 a in cum hi:n c ia de interpreta r seus sentim entos no des– colorielo de minhas palav ras, ag radeço a hon1e nas cm que o govêrno do major Jana rí Gent il Nunes presta a um companheiro ilustre, o nosso mestre e amigo Acilino de Leão, que jamais esqueceremo~

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