Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

çl REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 161 Natal ! as rosas mendigando orvalho, pescador es voltando do trabalho, l areiras a luzir, a chama a ondear ! E na igr ejinha minha mãe descubro, sobre o ladrilho do tijolo rubro, pelo seu filho, pálida, a rezar ! Recordo ainda a Isaura, a Adélia, a Rosa . Esta, entre todas er a a mais formosa ! Qu e lembrança feliz ·guardo de si ... Noivou ... casou talvez . .. que é feito üela ! ... Era menina, mas era tão bela ! Rosa, tão cedo assim por que parti ? Natal! a terra nova, a nova lida ... Eu entrando, entre ang ústias, para a vida . Minha infância perdida . . . quanta dor ! Aos vinte e um ânos, fui poeta e triste ; amei porque ao amor ninguém resiste como purigiu-me o meu primeiro amor ! Tempos de minha infância ! ah ! quem me visse ! Hoje caminho para uma velhice, que vem tão cedo e faz-me tanto mal . Há perpétuas na minha mocidade, minha alegria é um canto de saudade, - a nostalgia do torrão natal ! Natal ! o Jurandir brincos p edindo, Lesto, o Cauby vem para mim, sorrindo, mostrando a irmã, que um ano fazer vai . Em teus olhos, Perdita, quantos brilhos ! E eu, confundindo a infância de meus filhos, com esta minha velhice de ser pai ! (Do livro "Torre do Sonho", publicado em 1915, nesta capital, pela Imprensa Ofi– cial do Estado) .

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